Título: Lula diz que governo não será refém do PMDB
Autor: Vizeu, Rodrigo
Fonte: O Globo, 04/02/2009, O País, p. 8
Presidente afirma ter "melhor relação" com Temer e Sarney.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem no Rio que vê com naturalidade o fato de o PMDB assumir a presidência do Senado e da Câmara. Segundo ele, a legenda tem sido importante aliada do governo desde 2006. O presidente ressaltou as boas relações que mantém com o senador José Sarney e o deputado Michel Temer e negou que o governo vá ficar refém do PMDB. Na avaliação de Lula, o país está bem representado com Sarney e Temer nas duas Casas.
- Não, não (não ficará refém). O PMDB tem sido um parceiro nosso nesses seis anos de governo. Acho que devemos encarar com muita naturalidade o PMDB ter as duas casas. Ou seja, eu tenho a melhor relação do mundo com presidente Sarney, com o presidente Michel Temer. Eu acho que nós estamos bem representados na Câmara e no Senado - afirmou Lula.
"O Planalto não tem candidato, não é partido"
No dia em que a pesquisa CNT/Sensus apontou a subida da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, nas intenções de voto, Lula evitou falar em nomes para disputa presidencial de 2010. Disse que ele, o PT e os partidos aliados vão decidir na hora adequada quem será o candidato à presidência. Lula não quis avaliar se os altos índices de aprovação do governo poderão ajudar a impulsionar a candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência.
- O Planalto não tem candidato porque o Planalto não é partido. É a sede do governo. Ou seja, quem tem que ter candidato na hora certa sou eu, o PT e os aliados. Por enquanto, a Dilma é apenas ministra chefe da Casa Civil, coordenadora do PAC - disse Lula.
O presidente afirmou que vai continuar trabalhando para cuidar do país e citou como exemplo o aumento do salário mínimo acima da inflação e a disposição de manter os investimentos em infraestrutura para os mais pobres. De acordo com Lula, que esteve no Rio para inaugurar obras do PAC em duas favelas, essas medidas são parte das que estão sendo tomadas para manter o crescimento econômico este ano.
- Vocês sabem que não sou de comentar pesquisa, nem quando estou bem nem quando estou mal. Porque acho que pesquisa retrata o momento político que estamos vivendo. A única coisa de que tenho consciência, e foi isso que vim fazer aqui (no Rio), é dar sinais concretos de que, neste momento de crise, nós governantes precisamos cuidar do nosso país, do nosso estado e da nossa cidade. Nós vamos continuar cuidando deste país como se estivéssemos cuidando da nossa própria família. Por isso é que o aumento do salário mínimo foi bem acima da inflação - afirmou.