Título: MEC: matrículas caem na área de educação
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 04/02/2009, O País, p. 9
Maior aumento de inscrições foi nos cursos de engenharia
BRASÍLIA. Os cursos da área de engenharia, produção e construção tiveram proporcionalmente o maior aumento de matrículas em 2007 (12,3%) -, revela o último Censo da Educação Superior divulgado anteontem pelo Ministério da Educação (MEC). O número de alunos nesses cursos subiu de 371.502 para 417.448, de 2006 para 2007.
De oito grandes áreas do conhecimento, só uma teve queda de matrículas (menos 3,6%): a de educação, que concentra cursos de formação de professores e pedagogia. As faculdades dessa área tinham 892 mil estudantes matriculados em 2006, número que caiu para 860 mil em 2007.
O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, disse que o aquecimento da economia, com reflexos no crescimento industrial e na construção civil, pode explicar o aumento de matrículas nas engenharias. Cabe lembrar que o Censo da Educação Superior coletou dados referentes a 2007. Ou seja, anteriores à crise financeira mundial que hoje já freia a economia brasileira.
Particulares concentram 75% das matrículas
Sobre a queda de matrículas nos cursos da área de educação, Fernandes ponderou que o censo tem uma limitação técnica: os universitários matriculados nas chamadas licenciaturas, isto é, cursos que formam professores das disciplinas específicas do ensino básico, são contabilizados na área de ciências e não na de educação. O problema será resolvido a partir deste ano.
- Os licenciados de física não estão aí, assim como os das demais áreas (letras, química, matemática, biologia, história, geografia). Aí fica difícil chegar a qualquer conclusão - afirmou Fernandes.
O Brasil tinha 4.880.381 universitários matriculados em 2007, um aumento de 4,4% em relação ao ano anterior. As instituições privadas respondiam por 3.639.413 deles (74,5%).
Os cursos de administração tinham o maior número de alunos - 798.755 -, seguidos pelos de Direito (613.950) e os de pedagogia ( 335.180). Entre os cursos com queda de matrículas estão economia e ciência da computação. O Brasil tinha mais estudantes de jornalismo (178.526) que de ciência da computação (101.342). Os dados estão na página do Inep na internet (www.inep.gov.br).