Título: Sede da Escola Superior de Guerra ficará em Brasília
Autor: Tabak, Flávio
Fonte: O Globo, 06/02/2009, O País, p. 9

Jobim diz que atividades ESG do Rio não serão afetadas

A sede Escola Superior de Guerra (ESG), na Urca, será transferida para Brasília a partir do segundo semestre deste ano. O plano de deixar o comando da instituição no Distrito Federal consta de decreto presidencial e da Estratégia Nacional de Defesa. As atividades da escola no Rio, segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, não serão afetadas.

- Precisamos manter a ESG daqui com a finalidade que já tem, e termos, lá em Brasília, uma ESG que se destine à formação de quadros da Defesa. Não temos um instituto em Brasília que possa formar quadros civis de defesa. Seria em Brasília (a sede da ESG), mas isso é uma questão de linguagem - minimizou Jobim, depois da posse do tenente-brigadeiro-do-ar Carlos Alberto Pires Rolla no comando da ESG.

De acordo com o plano da Estratégia Nacional de Defesa, assinado por Jobim e pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, a ideia é aproximar a ESG, criada em 1949, no pós-guerra, do comando militar: "Deverá a Escola ser transferida para Brasília, sem prejuízo de sua presença no Rio de Janeiro, e passar a contar com o engajamento direto do Conjunto das Forças Armadas (...)". A assessoria de Jobim informou que deverá estar pronto, até 30 de junho, um plano de transferência da ESG.

O deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), que participou da cerimônia na ESG, reclamou da transferência:

- Não podemos permitir que uma escola como essa saia daqui. Fiz ofício ao ministro da Defesa no sentido de desfazer o decreto. A ideia é infeliz.

Ministro diz que STF decidirá sobre Alcântara

Ao comentar a reserva de terras para comunidades quilombolas na base espacial de Alcântara, no Maranhão, Jobim preferiu não polemizar com o colega e titular da pasta de Promoção da Igualdade Racial, ministro Edson Santos, que se disse surpreso com a possibilidade de que a região seja demarcada mais uma vez. No entanto, Jobim afirmou que as terras são "imprescindíveis" para os interesses da defesa nacional.

- Da perspectiva do Ministério da Defesa, a área de Alcântara é imprescindível. O Brasil dispõe de um local privilegiadíssimo para o lançamento de satélites porque está próximo da Linha do Equador. Não podemos abrir mão - disse.

O Ministério da Defesa recorreu, em dezembro, à Advocacia-Geral da União contra a demarcação das terras feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). De acordo com relatório publicado em novembro no Diário Oficial, 78,1 mil hectares seriam destinados aos quilombos, e 8,7 mil hectares para a base Força Aérea Brasileira, o que impede a expansão do projeto.

Segundo Jobim, questão terá de ser julgada em março por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que tramita no Supremo Tribunal Federal.

- A área de Alcântara é estratégica para o Brasil - disse