Título: Troca de geladeiras no segundo semestre
Autor: Bôas, Bruno Villas; Nobrega, Camila
Fonte: O Globo, 07/02/2009, Economia, p. 23

Programa prevê substituição de 10 milhões de unidades em uma década

BRASÍLIA. O programa de troca de geladeiras, que está sendo preparado pelo governo federal, começará a ser implantado no segundo semestre deste ano. Ele prevê a troca de dez milhões de refrigeradores - ou um milhão por ano - durante um década. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que a redução na conta de luz com a troca dos refrigeradores antigos pelos novos ajudará a população a pagar as prestações. Lobão afirmou que o programa, desenvolvido por sua pasta, foi levado esta semana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- As geladeiras serão mais baratas, com prestações módicas - disse o ministro.

Lobão afirmou ainda que o programa contará com recursos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e, se for necessário, do BNDES. Ele explicou que ainda estão sendo estudadas pelo governo as taxas de financiamento. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que também participou da reunião no Palácio, se a rede de varejo atualmente cobra cerca de 6% ao mês, o governo quer tentar baixar os juros.

Um dos eixos do programa é ambiental. O ministro Minc afirmou que será retirado das geladeiras o gás CFC (clorofluorcarbono, gás usado no sistema de refrigeração de geladeiras antigos), que é altamente poluente, antes delas serem destinadas às siderúrgicas como sucata. Para isto, será necessário um equipamento especial. Os refrigeradores mais novos, fabricados após 2001, já não têm o CFC, que destrói a camada de ozônio.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o Plano Decenal de Expansão de Energia já sofreu uma readequação por causa da crise econômica, com o Produto Interno Bruto (PIB) caindo de 5% para 4%. Mas ele explicou que no final de março ou no início de abril, será feita uma nova revisão.

Lobão reafirmou que o Brasil precisa aumentar em 50% a capacidade de geração do país. Os projetos para esta expansão estão mantidos, segundo Tolmasquim. O principal deles este ano é a licitação da hidrelétrica de Belo Monte, que deverá ser realizada entre setembro e outubro. A Suez, que já está construindo a usina de Jirau, no rio Madeira, está interessada, informou o governo.

Os comercializadores de energia querem aumentar a sua participação nos leilões de energia, reivindicando que o governo destine 50% da energia que será produzida por Belo Monte ao mercado livre. O presidente da Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), Paulo Pedrosa, disse que este tema está sendo discutido com o ministério.