Título: Custo com diárias cresceu 53%, além da inflação
Autor: Alvarez, Regina
Fonte: O Globo, 15/02/2009, O País, p. 11

Na Presidência, despesas aumentam 224% em seis anos.

BRASÍLIA. Os gastos do Executivo com diárias e locomoção no governo Lula cresceram 53%, um pouco acima da inflação do período, 41,8%. Mas também neste caso as despesas da Presidência da República - incluindo os órgãos vinculados - tiveram um aumento bem maior no mesmo período, chegando a 224%. Elas passaram de R$18,1 milhões para R$58,7 milhões em seis anos, enquanto os gastos totais do Executivo com os dois itens cresceram de R$700 milhões para R$1,073 bilhão.

No caso das diárias com servidores civis, os gastos do Executivo passaram de R$334,9 milhões em 2002 para R$470 milhões em 2008, um aumento de 37,8%. No mesmo período, a Presidência da República e seus órgãos vinculados elevaram os gastos com diárias de R$6,9 milhões para R$18,2 milhões, aumento de 163%.

Já as despesas de locomoção passaram de R$365,3 milhões para R$605,9 milhões, um aumento de 65,8%, enquanto os gastos da Presidência e seus órgãos vinculados passaram de R$11,2 milhões para R$40,5 milhões, com crescimento de 261%.

Os gastos maiores na Presidência são explicados, em grande parte, pela intensa agenda de viagens que faz o presidente Lula, que implica também em deslocamentos de dezenas de servidores das áreas de apoio e segurança, além de assessores.

Despesa segue demanda da sociedade, diz ministério

O Ministério do Planejamento controla os principais gastos de custeio da máquina administrativa, onde são computados diárias, passagens, material de consumo, consultoria, locação de mão-de-obra e serviços de terceiros.

Segundo o site Comprasnet, administrado pela secretaria de Tecnologia da Informação do ministério, esses gastos passaram de R$10,076 bilhões para R$17,524 bilhões, um aumento de 73,9 %, mas no cálculo não foram considerados os gastos do Ministério da Defesa, que só passaram a ser acompanhados pelo Planejamento a partir de 2006. Em 2008, os gastos da Defesa com o custeio da máquina chegaram a R$4,6 bilhões.

O aumento dos gastos de custeio da máquina administrativa não é considerado excessivo pelo Planejamento, que registrou o crescimento real (acima da inflação) dessas despesas em torno de 23% - que estariam compatíveis, segundo o ministério, com a evolução real do Produto Interno Bruto (PIB) no mesmo período, em média, próximo de 4% ao ano.

"Significa que a despesa do Poder Executivo Federal está acompanhando a demanda da sociedade por ampliação de melhores serviços", justifica o Ministério do Planejamento. (Regina Alvarez)