Título: Oito senadores são investigados no STF
Autor: Vasconcelos, Adriana; Lima, Maria
Fonte: O Globo, 17/02/2009, O País, p. 3

Crimes incluem corrupção, compra de votos e sonegação fiscal.

BRASÍLIA. Oito dos vinte senadores do PMDB respondem atualmente a inquéritos ou ações penais no Supremo Tribunal Federal. Levantamento feito pelo GLOBO mostra que 40% da maior bancada do Senado são investigados por crimes como corrupção, formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, compra de votos e sonegação fiscal. A lista inclui de veteranos como o líder do governo Romero Jucá (RR) a novatos como Lobão Filho (MA), que acaba de completar um ano de mandato.

A bancada do PMDB no Senado foi um dos principais alvos do senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) - que não aparece na lista de investigados. No topo da lista de complicações no STF está Valdir Raupp (RO), que acaba de entregar a liderança do PMDB a Renan Calheiros (AL). Ele é réu em duas ações penais e responde a dois inquéritos. Numa ação por peculato (desvio de dinheiro público), que se arrasta desde 2003, é acusado de desviar mais de R$1 milhão de uma estatal quando governava o estado. Raupp já foi condenado em primeira instância a seis anos de prisão em regime semiaberto, mas o processo está parado há quase um ano.

Raupp também responde a inquéritos por crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro. Ex-ministro da Previdência, Jucá é alvo de dois inquéritos - por compra de votos e crime de responsabilidade - que tramitam em segredo de Justiça. Ele é acusado de desviar verbas de obras federais em Roraima.

O senador Leomar Quintanilha (TO) é acusado de direcionar verbas em troca de propinas de empreiteiras. O Ministério Público estima os desvios em R$25 milhões. O suplente do ministro Hélio Costa, Wellington Salgado (MG), tem dois inquéritos, ambos por crimes de sonegação. Lobão Filho (MA), suplente do pai, ministro Edison Lobão, tem uma ação penal e um inquérito. Ele responde por crime contra as telecomunicações e por formação de quadrilha, falsidade ideológica e crimes tributários, no caso do suposto uso de laranjas nas distribuidoras de bebidas Bemar e Itumar.

Renan Calheiros ainda precisa se explicar no STF sobre as denúncias da ex-amante Monica Veloso, que o acusou de ocultar patrimônio e delegar a uma empreiteira o pagamento de pensão alimentícia a uma filha fora do casamento. Mão Santa (PI) responde a dois inquéritos, por crime eleitoral e peculato. Neuto de Conto (SC) é alvo de inquérito por crime contra o sistema financeiro.