Título: Brasil fora de novos cortes na GM
Autor: Novo, Aguinaldo; Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 20/02/2009, Economia, p. 19
CSN terá que avisar à Justiça 48 horas antes sobre demissões.
SÃO PAULO e RIO. O presidente da General Motors para o Brasil e Mercosul, Jaime Ardilla, afirmou ontem que o país não foi incluído no plano de cortes de empregos anunciado pela matriz, de 47 mil funcionários em todo o mundo. Segundo Ardilla, as decisões no Brasil serão adotadas de acordo com o comportamento do mercado doméstico, que mostrou sinais de recuperação nos últimos dias.
- Os cortes serão feitos nos Estados Unidos e Europa. Não vão afetar o Brasil.
Isso não quer dizer, porém, que a GM não pretenda alterar seu quadro de pessoal no país. A empresa reafirmou que não deve renovar todos os 1.636 contratos temporários de trabalho que vencem a partir de março.
- As decisões serão tomadas caso a caso. Vamos renovar aqueles que forem considerados necessários.
Esses funcionários haviam sido admitidos para trabalhar no terceiro turno de produção da fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista, e foram colocados em licença remunerada. No fim de 2008, a montadora já havia demitido 744 funcionários em São José dos Campos.
Ardilla disse manter "projeção prudente" para o volume de vendas de carros este ano no país. Ele estima um volume de 2,4 milhões de unidades, o que corresponderia a uma queda de 15% sobre 2008.
No Rio, a Justiça do Trabalho de Volta Redonda ordenou que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) avise ao tribunal, com 48 horas de antecedência, qualquer demissão que decida fazer. Se descumprir a ordem, a dispensa será anulada. A decisão foi tomada após o Ministério Público do Trabalho entrar com ação na última terça-feira pedindo a reintegração dos 590 demitidos da CSN desde dezembro.
Procurada, a empresa disse em comunicado que o juiz não proibiu demissões nem exigiu comunicação prévia: "tão-somente determinou que lhe sejam informadas novas demissões no prazo de 48 horas de antecedência". "A CSN vai apresentar suas razões e tem convicção que não praticou nenhum ato ilegal", afirmou. (Aguinaldo Novo e Cássia Almeida)