Título: Brasil e Chile sentirão menos os efeitos da crise, diz Bird
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Fonte: O Globo, 25/02/2009, Economia, p. 15

Mas banco rebaixa crescimento da AL para 0,3%.

MADRI. O Brasil e o Chile são os países da América Latina que menos sentirão as consequências da atual crise econômica, "a pior dos últimos 80 anos", segundo a vice-presidente do Banco Mundial (Bird) para a América Latina e o Caribe, Pamela Cox. No entanto, o crescimento da economia latino-americana cairá bruscamente em 2009, para 0,3%, disse ela. O prognóstico de crescimento para a região foi anunciado em Madri, durante o Fórum da Tribuna Ibero-Americana, organizado pela Casa da América e pela agência de notícias EFE.

A vice-presidente regional do Bird ressaltou que as previsões do banco para a América Latina caíram de tal modo que, em setembro, havia sido calculado que a região cresceria 2,7% este ano. Em janeiro, porém, a previsão já tinha recuado para 1%, e este mês caiu ainda mais: 0,3%. Ela chegou a prever que o México pode entrar em recessão.

Pamela esclareceu que a repercussão da crise financeira "não será a mesma" em cada um dos países da América Latina, que até 2008 registrou dados macroeconômicos muito bons. Afirmou ainda que os impactos serão mais duros em países com economias vinculadas aos Estados Unidos ou dependentes das exportações. No primeiro caso, citou como exemplo México, América Central e Caribe. Já no segundo, apontou Venezuela e Equador, que exportam petróleo aos EUA. E se referiu ao Chile e ao Brasil como países que não sofrerão consequências tão fortes.

Pelas previsões do banco, em 2009 a economia mundial crescerá cerca de 1%. Sobre um prazo para o início da recuperação econômica, Pamela Cox acredita num período de pelo menos três anos, dependendo das diferentes políticas aplicadas.