Título: Lula anuncia novo PAC para mais 4 anos
Autor: Novo, Aguinaldo
Fonte: O Globo, 07/03/2009, Economia, p. 22
Presidente diz que solução é investir, ao contrário do que fizeram antecessores.
VITÓRIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, em visita a Vitória, que pretende apresentar uma nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para mais quatro anos. Ele viajou acompanhado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
- O PAC não termina no meu governo, é um processo. No ano que vem vamos apresentar um PAC para mais quatro anos. Para que quem quer que venha para a Presidência tenha uma prateleira de projetos feita por prefeitos ou governadores, para que a gente comece a trabalhar rapidamente - disse Lula, que inaugurou a segunda fase da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares, no interior do Espírito Santo.
Ele aproveitou para negar que o pacote habitacional, que prevê a construção de um milhão de casas populares, esteja atrasado devido a divergências entre Dilma e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Também afirmou que a receita para combater os efeitos da crise financeira internacional no Brasil é fazer investimentos. A fórmula, disse, é diferente da adotada por seus antecessores, que optaram por reduzir os gastos públicos. O presidente lembrou episódio recente, quando o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, propôs não investir tudo o que estava previsto no PAC até 2010, com o objetivo de reservar recursos para os próximos anos.
- Nós chamamos o companheiro e falamos: não tem chororô, meu filho. Não vai deixar nada para 2017 ou para 2015. Nós vamos gastar cada centavo que a gente puder gastar, porque essa crise a gente vai enfrentar - recordou o presidente.
Lula disse ainda que em seu encontro com o presidente americano, Barack Obama, no próximo dia 14, em Washington, vai defender uma parceria entre os EUA e os países latino-americanos para fortalecer a região.
- Somos um continente democrático, um continente pacífico. Os EUA têm que olhar para cá com um olhar produtivo, um olhar desenvolvimentista, não apenas pensando em narcotráfico ou crime organizado.