Título: Ninguém vai nos impedir de governar
Autor: Jungblut, Cristiane; Alvarez, Regina
Fonte: O Globo, 08/03/2009, O País, p. 9

Ministra rejeita críticas da oposição a viagens e diz que continuará a visitar obras porque governo tem projetos a executar.

A ministra Dilma Rousseff defende a necessidade de viajar para visitar e fiscalizar obras do PAC. Argumenta que elas ganharam mais importância ainda a partir da crise financeira mundial. Dilma não atendeu pessoalmente ao GLOBO, mas respondeu a perguntas por e-mail. Não se mostrou intimidada com as acusações da oposição e avisou: "Na hora de fazer a comida na cozinha, eu participo. No momento de sentar à mesa eu não posso? Por quê?"

Por que o ritmo de viagens aumentou no final de 2008, coincidindo com as declarações do presidente sobre sua eventual candidatura?

DILMA: Como já disse, tenho viajado desde 2007 pelo país. Além disso, a atual conjuntura no Brasil requer uma pronta ação no sentido de acelerar os investimentos públicos e garantir as condições para manutenção dos investimentos privados previstos.

Como reage às acusações da oposição sobre o caráter político eleitoral dessas viagens?

DILMA: A oposição tem o direito de emitir sua opinião e fazer seu julgamento. Mas um governo que tem projetos, ações e obras, como o nosso, tem de executá-los. Ninguém vai nos impedir de governar.

Diante das críticas do DEM junto ao TSE, relativas à sua participação no encontro de prefeitos, em fevereiro, há um cuidado maior na preparação da agenda de viagens?

DILMA: Como falei, a oposição pode se manifestar livremente, o que não pode é o governo deixar de cumprir sua obrigação institucional. Exemplo disso foi o encontro dos prefeitos, onde não houve qualquer irregularidade, mas, sim, ação do governo num momento econômico delicado.

Qual a importância de, como gestora do PAC, verificar in loco o andamento das obras?

DILMA: A importância está justamente no papel de coordenação e fiscalização que temos no processo. Verificar in loco auxilia a fiscalização, e o monitoramento das obras também é uma forma de prestar contas para a população sobre o andamento do PAC, como fazemos para a imprensa quadrimestralmente. Como costumo dizer: na hora de fazer a comida na cozinha, eu participo. No momento de sentar à mesa eu não posso, por quê?