Título: Execução de projetos do PAC no Rio é baixa
Autor: Jungblut, Cristiane; Tabak, Flávio
Fonte: O Globo, 08/03/2009, O País, p. 10

Estado foi o escolhido para a primeira inauguração do programa, mas projetos estão longe de sair do papel.

RIO e BRASÍLIA. Quando esteve em Manguinhos, no Rio, para a cerimônia de lançamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no último dia 3 de fevereiro, a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, disse que não existia "essa história de marketing" no PAC, porque já podia "pegar os projetos com as mãos". Mais de um mês depois do discurso, a escola estadual, inaugurada pela ministra na ocasião, está em funcionamento, mas exibe uma grande faixa numa de suas pilastras, com os dizeres: "Primeira obra do PAC".

Por mais que o Rio tenha a primeira inauguração do programa, a maior parte das intervenções no estado está com um percentual muito baixo de execução física. Nos orçamentos de 2007 e 2008, o governo destinou R$1,452 bilhão do PAC para obras no estado, mas até o momento apenas R$723 milhões desses recursos foram efetivamente gastos (49,8%), considerando os valores pagos no exercício e os restos a pagar.

O ritmo em Manguinhos, embora a execução de projetos em todo o complexo varie de 18% a 22%, é aparentemente intenso. Cerca de 1.200 homens trabalham no local construindo uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), piscinas, unidades habitacionais, entre outros projetos.

O presidente da Empresa de Obras Públicas do Rio (Emop), Ícaro Moreno Júnior, responsável por coordenar projetos do PAC no Rio em Manguinhos, Rocinha e no Complexo do Alemão, todos visitados por Dilma, afirma que as intervenções estarão prontas até 30 de setembro de 2010, dias antes da eleição presidencial. Ele discorda, no entanto, da conotação política das viagens de Dilma ao Rio:

- São visitas de trabalho, não há cunho político. Os governantes querem ver as coisas acontecendo. A Dilma é a mãe (do PAC), e o pai é o Pezão (Luiz Fernando Pezão, vice-governador). Meu contato é com ele.