Título: Edmar se defende em clima de pizza
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 10/03/2009, O País, p. 8

Procurador junto ao TCU quer investigar empresas do deputado do castelo.

BRASÍLIA. A Corregedoria da Câmara recebeu ontem a defesa, por escrito, do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), mas irá pedir informações adicionais para esgotar as dúvidas relativas à acusação de que usou a verba indenizatória para beneficiar as próprias empresas. Devem ser requisitadas as notas fiscais dos gastos com segurança, apresentadas por Edmar à Câmara. O PSOL representou contra ele por suspeitar do uso irregular da verba, como o pagamento do serviço de segurança a empresas de propriedade do deputado ou de familiares.

O corregedor, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) disse que não poderia fornecer cópias da defesa de Edmar, porque o processo é sigiloso. No gabinete, os assessores também não divulgaram o documento e informaram que Edmar não quer falar com imprensa. Ele gastou R$90,6 mil, em 2007, e R$140 mil, em 2008, com serviços de segurança, ramo de seus negócios.

- A corregedoria vai tomar todas as providências para que as informações sejam obtidas de forma completa e para que não fiquem indagações sem respostas. A manifestação de Edmar não esgota o processo - disse Neto

O ato da Mesa Diretora que trata do uso da verba indenizatória é omisso e não proíbe, textualmente, o uso da verba para o pagamento de serviços prestados por empresas de propriedade dos deputados. Com base nesse entendimento, cresce o entendimento de que, mesmo que as notas pertençam a empresas do deputado, isso não seria motivo para punição.

Embora conte com o clima de pizza na Câmara, Edmar não deve escapar de se explicar no Tribunal de Contas da União (TCU). No sábado, vence o prazo dado à Câmara para enviar ao Ministério Público junto ao TCU as notas fiscais entregues pelo deputado. Mesmo sem os recibos, o procurador Marinus Marsico promete investigar as empresas, inclusive se têm dívidas com a Receita Federal.