Título: Delegado poderá ter o sigilo telefônico quebrado
Autor: Braga, Isabel; Franco, Bernardo Mello
Fonte: O Globo, 10/03/2009, O País, p. 8

SÃO PAULO, BRASÍLIA e RECIFE. A Justiça Federal em São Paulo analisa um pedido de quebra do sigilo telefônico do delegado Protógenes Queiroz, que durante um ano e meio conduziu a Operação Satiagraha. O pedido foi feito pela Polícia Federal ao juiz da 7ª Vara Criminal Federal, Ali Mazloum, responsável pelo inquérito que apura o vazamento de informações da Satiagraha a jornalistas. O objetivo é descobrir os contatos de Protógenes durante a investigação.

O juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto De Sanctis, responsável na Justiça pela Satiagraha, distribuiu nota na qual repudia afirmações de que teria respaldado as supostas ilegalidades cometidas por Protógenes. O juiz diz que reportagens não podem interferir no trabalho de um magistrado.

Protógenes voltou a negar ontem as denúncias:

- É mais uma grande mentira lançada pela revista, que não tem se pautado com ética nem moral nos trabalhos executados ultimamente - disse ele, em Recife.

Segundo ele, o material apreendido em sua casa pela corregedoria da PF não teria referências à vida privada da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ou a supostas ligações de tucanos com o banqueiro Daniel Dantas. Em seu blog, Protógenes publicou longo texto de defesa e disse que processará a revista.

- Nada me preocupa, nada me abala, porque a verdade está comigo - disse à noite, após descanso numa praia.