Título: Clodovil sofre AVC e está em coma
Autor: Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 17/03/2009, O País, p. 9

Para médico, chances de o deputado sobreviver são muito pequenas.

BRASÍLIA. O deputado Clodovil Hernandes (PR-SP) foi internado ontem, depois de ter sofrido um grave acidente vascular cerebral (AVC) durante a madrugada, no seu apartamento em Brasília. Segundo o último relatório da equipe médica que acompanha o deputado na UTI do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, Clodovil, de 71 anos, está em coma profundo e respira com o auxílio de aparelhos.

O estado de Clodovil é considerado muito grave. Houve uma piora no início da tarde de ontem, quando, segundo os médicos, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória que durou cerca de cinco minutos. A partir daí, explicaram os médicos, o nível do coma do deputado avançou do grau 5 para o grau 3, o mais elevado da escala médica.

"Taxa de mortalidade é muito elevada", diz médico

Para o neurocirurgião Benício Othon de Lima, da equipe que trata de Clodovil, as chances de o deputado sobreviver são pequenas. Nesse caso, explicou o médico, é provável que Clodovil perca a fala e a locomoção.

- Em casos semelhantes, a taxa de mortalidade é muito elevada. O risco de sequela é muito grande. Ele seria incapaz de tocar uma vida útil - disse Othon de Lima.

Clodovil foi internado por volta das 8h de ontem e submetido a um procedimento de inserção de cateter para retirada de coágulos no cérebro. O deputado foi encontrado desacordado no chão, ao lado da cama, por um empregado, que ligou para a emergência do departamento médico da Câmara. O serviço, que funciona 24 horas, prestou os primeiros socorros e o levou para o hospital.

Este não foi o primeiro AVC sofrido pelo deputado. Em junho de 2007, ele teve um outro episódio, decorrente de hipertensão arterial. Na ocasião, Clodovil foi internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e teve boa recuperação.

Semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu o deputado no processo por cassação de mandato por ter trocado o PTC, pelo qual foi eleito, pelo PR. O tribunal considerou que não houve infidelidade partidária, porque o deputado tinha uma justa causa para trocar de partido: a alegada falta de apoio do PTC.