Título: Mensaleiros apoiam candidatura de prefeito de Osasco
Autor: Galhardo, Ricardo
Fonte: O Globo, 22/03/2009, O País, p. 8

Dirceu, João Paulo e Genoino estão entre os aliados de Emídio.

SÃO PAULO. Cria política do deputado João Paulo Cunha - um dos réus no processo do mensalão -, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, consolidou sua pré-candidatura seguindo o caminho contrário ao do deputado Antonio Palocci. Preterido pelo presidente Lula - que, em um comício, chegou a chamá-lo de Emílio -, o prefeito de Osasco cultivou a base do partido, com ajuda de João Paulo.

Na campanha eleitoral do ano passado, João Paulo percorreu dezenas de cidades no interior paulista ajudando candidatos petistas e recrutando aliados para Emídio. Com o crescimento da candidatura, o prefeito de Osasco atraiu aliados de peso, como o ex-chefe da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu e os deputados José Mentor e José Genoino. Dirceu e Genoino são réus do mensalão. Semana passada foi a vez de o senador Aloizio Mercadante também aderir.

Advogado de 49 anos, militante do PT desde a fundação do partido, Emídio governa uma das maiores cidades do estado. Ano passado, foi reeleito no primeiro turno.

- Sou pré-candidato a governador. Tenho sido lançado e apresentado por diferentes setores do partido em número cada vez maior em tamanho e importância. A verdade é que o PT não tem candidato natural - afirmou.

Lembrado como opção, Haddad foge do assunto

Sem experiência eleitoral, o ministro da Educação, Fernando Haddad, evita o assunto. A amigos, tem dito que só entraria na disputa para ser o candidato do PT ao governo estadual a pedido de Lula. A Mensagem ao Partido, corrente capitaneada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, tenta viabilizar o nome do ministro, argumentando que Haddad tem um bom balanço de realizações, nunca foi alvo de acusações e representa a renovação nos quadros partidários.

- Ele tem o perfil ideal - disse Joaquim Soriano, líder da Mensagem e integrante da executiva nacional do PT.

Contra Haddad, pesam a inexperiência e o fato de não ter uma vida orgânica no PT. O ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia seguiu o mesmo roteiro de João Paulo nas eleições municipais, mas sua candidatura não decolou. Suplicy autorizou um ex-colaborador a fazer uma consulta a mais de sete mil pessoas sobre a possibilidade de se candidatar. Perguntado, o senador desconversa:

- Apoio quem se comprometer a implantar o programa de renda básica de cidadania.

A ex-prefeita Marta Suplicy é o nome mais forte do PT no estado, mas prefere coordenar a campanha da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. Seus aliados avaliam que uma terceira derrota consecutiva seria catastrófica. Ela e seu grupo apoiam Palocci.