Título: PT tenta encontrar alternativa a Palocci em SP
Autor: Galhardo, Ricardo
Fonte: O Globo, 22/03/2009, O País, p. 8

Correntes do partido já falam no prefeito de Osasco e no ministro da Educação como candidatos a governador.

SÃO PAULO. As restrições internas e externas à pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci ao governo de São Paulo fazem o PT paulista buscar um plano B. Os nomes mais citados são os do prefeito de Osasco, Emídio de Souza, e o do ministro da Educação, Fernando Haddad. O deputado Arlindo Chinaglia e o senador Eduardo Suplicy correm por fora, mas há quem aposte que, caso a candidatura de Palocci não se viabilize, a candidata será a ex-prefeita Marta Suplicy.

A falta de um nome que garanta um palanque forte para a ministra Dilma Rousseff leva a direção do PT a cogitar, pela primeira vez em 28 anos, apoiar um candidato de outro partido, o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT).

- A disputa nacional tem interferência muito forte em São Paulo. Não posso dizer que o apoio ao Hélio está descartado, tudo depende da conjuntura nacional, mas convencer a militância a apoiar um candidato de outro partido exige esforço - disse o presidente do diretório estadual do PT, Edinho Silva.

Palocci é o preferido do presidente Lula e da cúpula partidária. A direção do PT avalia que, além de ser pessoa conhecida e político experimentado, o ex-ministro tem trânsito entre setores sociais à direita do PT, o que facilita o diálogo com a classe média. A amigos, ele tem dito que está disposto a disputar a eleição, mas não a qualquer custo.

O principal obstáculo de Palocci é o processo no Supremo Tribunal Federal, no qual é acusado de mandar quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. O PT espera que o caso seja julgado no primeiro semestre. Nas últimas semanas, Palocci virou alvo da artilharia interna do partido. A esquerda petista tem restrições a seu nome.

Mas a artilharia mais pesada é a da Corrente Construindo um Novo Brasil (ex-Campo Majoritário), que apoia o prefeito de Osasco. Segundo eles, mesmo absolvido pelo STF, Palocci será um candidato frágil, alvo de ataques de adversários. A absolvição poderia ser interpretada como exemplo de impunidade. O PT teme que o Ministério Público desengavete ações por irregularidades nas duas passagens do ex-ministro pela prefeitura.