Título: Prisão perpétua para brasileiros
Autor:
Fonte: O Globo, 22/03/2009, O País, p. 10

Dupla acusada de tráfico de imigrantes foi condenada nos EUA por sequestro

SÃO PAULO. Dois brasileiros foram condenados à prisão perpétua em 6 de março no condado de Orange, Califórnia, pelo suposto sequestro de uma brasileira e seu filho de 5 anos, em 2005. A sentença foi dada por júri popular e os parentes dos condenados negam as acusações. Reynaldo Eid, que morava em Nova York, e Alaor Oliveira Jr., de Danbury, Connecticut, eram acusados de serem "coiotes" (traficantes que facilitam a entrada ilegal de estrangeiros pela fronteira com o México) e de fazerem a mulher de 24 anos, paulista, e seu filho de reféns, depois de os terem levado ilegalmente para o país em 2005.

O marido da vítima, que estava ilegalmente nos EUA, teria dado US$14 mil aos dois para conduzirem a família do México à Flórida. Eid, 49 anos, e Oliveira, 55, foram presos em novembro de 2005, acusados também de pedir mais US$14 mil pela libertação de mãe e filho.

A procuradoria disse que mãe e filho voaram do Brasil para o México, cruzaram a fronteira na cidade de Mexicali e passaram de mão em mão até serem entregues aos dois, num posto de gasolina de Costa Mesa. Em vez de serem entregues ao pai e marido, teriam sido mantidos reféns em hotel da cidade, onde o pedido de resgate foi feito.

Segundo a acusação, Eid e Oliveira fizeram ameaças e disseram à mulher que ela teria de trabalhar em Nova York até pagar sua "dívida". O marido pediu ajuda a um amigo, que chamou a polícia. Os policiais então localizaram os sequestradores e realizaram a prisão quando eles tentavam fugir com as vítimas, disse a acusação.

Um dos condenados tinha empresa de transporte

O jornalista Luciano Eid, irmão de Reynaldo, disse que os condenados são vítimas de uma armação, possivelmente dos coiotes que permitiram a entrada da mulher e da criança nos EUA. Segundo ele, Reynaldo era dono da empresa de transportes Yellow Green e foi contratado para levar mulher e criança de Los Angeles para Nova York.

- Meu irmão pode ter sido contratado por coiotes. Às vezes a gente não sabe para quem está prestando um serviço - disse Luciano