Título: Não matei muita gente
Autor: Braga, Isabel; Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 25/03/2009, O País, p. 4

Suplente de Clodovil assume, mas PR pede a vaga ao TSE.

BRASÍLIA. O cabelo é cuidadosamente arrumado com gomalina. E as primeiras declarações prometem polêmica. As semelhanças entre o suplente Paes de Lyra (PTC-SP) e o falecido deputado Clodovil Hernandes param aí. O coronel reformado da PM assumiu ontem o mandato de Clodovil admitindo ser linha-dura. Mas o PR, partido para o qual Clodovil migrou depois de eleito pelo PTC, entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação da posse, com base na decisão do próprio tribunal, que inocentou Clodovil da acusação de infidelidade partidária.

- Foi realmente uma ironia do destino um coronel linha-dura assumir o mandato de Clodovil. O casamento civil de homossexuais, por exemplo, nunca terá meu voto - disse Lyra. - Nesses 35 anos à frente da defesa da ordem pública, não matei muita gente, mas, no estado democrático de direito, defendo o uso da força letal, quando necessário, para defender a vida de inocentes.

O Senado aprovou ontem projeto de Clodovil que autoriza os enteados e enteadas a adotarem o sobrenome do padrasto ou da madrasta. A proposta será agora enviada à sanção presidencial. Os senadores lembraram que Clodovil era filho adotivo. Pela proposta, os enteados deverão pedir o registro a um juiz e deve haver concordância do padrasto ou da madrasta.