Título: Senado demite sete parentes de diretores
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 27/03/2009, O País, p. 12

Mas, por outro lado, decide contratar 60 servidores para trabalhar na área de comunicação da Casa

BRASÍLIA. O 1º secretário da Mesa do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), anunciou ontem a demissão de sete parentes de diretores que prestavam serviço à Casa como terceirizados, o que configurava uma forma de nepotismo disfarçado, como denunciou reportagem do GLOBO de 15 de março. Além da demissão desses primeiros funcionários terceirizados, Heráclito anunciou ontem a contratação dos primeiros 30 colocados do último concurso realizado pelo Senado para a área de Comunicação Social. Na próxima semana deverão ser contratados mais 30. A intenção é substituir parte dos terceirizados, que somam mais de 3 mil no Senado, por servidores concursados.

¿ Acredito que conseguiremos substituir até 300 terceirizados. Se necessário, poderemos até fazer outros concursos ¿ adiantou o senador. Entre os demitidos estão Dimitri Sales de Moreira, Janaína Muniz Pedrosa, Igor Pereira de Souza, Felipe Baere, André Abrego, Severo Augusto da Paz Neto e Luiz Eduardo Silva da Paz. Janaína Pedrosa, por exemplo, é filha do diretor-executivo da Gráfica do Senado, Júlio Pedrosa, e era contratada pela Servegel, empresa que fornece mão de obra para a Secretaria de Arquivo da Casa. Todos são filhos e filhas de diretores da Casa.

Diretores ainda não foram punidos por nepotismo

O Senado decidiu não punir com demissão a funcionária Alraune Reinke da Paz, outra terceirizada da Servegel que é mulher do diretor do Arquivo, Francisco Maurício da Paz, porque os dois teriam se conhecido quando já trabalhavam no Senado. Mariana Cruz, filha da diretora de Comissões do Senado, Cleide Cruz, também foi poupada, embora trabalhe na Steno do Brasil, empresa que fornece taquígrafos para a Casa. Por enquanto, não há previsão de punição para os diretores, que estão sob suspeita de terem influenciado as empresas a contratarem seus familiares. E nem foi divulgada a lista completa dos mais de 3 mil terceirizados que trabalham atualmente na instituição. Uma comissão especial foi criada para auditar todos os contratos de empresas que fornecem mão de obra para o Senado.