Título: Juiz nega pedido da OAB e mantém busca
Autor: Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 28/03/2009, O País, p. 3

SÃO PAULO. O juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto De Sanctis, negou ontem o pedido da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que fossem suspensas as operações de busca e apreensão no departamento jurídico da sede da Camargo Corrêa, alvo da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal.

Segundo a OAB, a legislação prevê a ¿inviolabilidade de escritório de advogados, proibindo o acesso a informações protegidas pelo sigilo profissional¿.

De Sanctis, porém, diz que a mesma lei citada pela OAB ¿permite a violabilidade de escritórios de advogados quando seus clientes supostamente participam como autores, coautores ou partícipes de crime¿. O juiz afirma ainda que as salas citadas pela OAB ¿seriam aquelas supostamente usadas por causídicos contratados pela empresa, não se tratando de escritório de advocacia autônomo¿.

O juiz também frisou, em nota, que as investigações da Castelo de Areia não têm caráter político. ¿As investigações, desde seu início, jamais tiveram foco eventualmente perpetradas por ocupantes de cargos públicos ou funções políticas¿.

O advogado Márcio Thomaz Bastos, que foi ministro da Justiça do governo Lula, confirmou que assumiu a defesa da Construtora Camargo Corrêa, investigada na operação da PF por suposto superfaturamento de obras públicas e doação de dinheiro de caixa dois para campanhas eleitorais. Bastos disse vai trabalhar com o advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira e informou que foi a Brasília, na última quarta-feira, quando a operação foi deflagrada pela Polícia Federal. Naquele dia, encontrouse rapidamente com o presidente Lula: ¿ Não houve pedido do presidente Lula ou do Palácio do Planalto. Coincidentemente, fui a Brasília na quarta-feira e estive com o presidente Lula por dois minutos. Na ocasião eu já estava contratado pela Camargo Corrêa ¿ disse.