Título: Conselho de Ética abre caminho para livrar Edmar
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 02/04/2009, O País, p. 8

Processo de deputado do castelo começa com alternativa à cassação.

BRASÍLIA. Na sessão de ontem do Conselho de Ética, que instaurou processo por quebra de decoro contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), dono de um castelo avaliado em R$ 25 milhões, em Minas Gerais, integrantes do colegiado deram demonstrações de que ele não será punido com a perda do mandato. O presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), disse que Edmar poderá receber pena alternativa e nomeou um triunvirato para analisar o caso.

Com a abertura do processo, Edmar, acusado de mau uso da verba indenizatória, não pode mais renunciar ao mandato para escapar da cassação. Mas, aparentemente, o clima da reunião deu tranquilidade ao mineiro, que apareceu em plenário para as votações. Ele recebeu cumprimentos de colegas, agradeceu e continuou circulando.

A subcomissão do conselho, formada pelos deputados Hugo Leal (PSC-RJ), Sérgio Moraes (PTB-RS) e Ruy Pauletti (PSDBRS), vai avaliar o parecer da comissão de sindicância feita pela Corregedoria, que aponta indícios de irregularidades e enquadra Edmar nos artigos 4oe 5odo Código de Ética ¿ apenas o primeiro fala em cassação. Se o deputado for enquadrado no artigo 5o, receberá outra pena, que pode ser advertência ou suspensão temporária do mandato.

Parlamentar é investigado por reembolso irregular Ao abrir a sessão de ontem do Conselho de Ética, José Carlos Araújo disse que o caso Edmar será um divisor de águas para o colegiado: ¿ Não sou contra a cassação de ninguém, o que estou dizendo é que o relator tem a flexibilidade de pedir outra forma de punição, porque o deputado foi enquadrado em dois artigos ¿ disse Araújo, que votou contra a cassação de vários envolvidos no escândalo do mensalão.

Para justificar os gastos de R$ 236,6 mil com segurança, nos últimos dois anos, Edmar apresentou notas das empresas Itatiaia e Ronda, de sua propriedade. Na defesa, alegou já ter vendido a Itatiaia. O Conselho de Ética tem 90 dias para analisar o caso