Título: No Senado, economia de R$ 10 milhões
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 01/04/2009, O País, p. 4

Valor é o resultado da suspensão de apenas três contratos com terceirizadas.

BRASÍLIA. A substituição de apenas três empresas prestadoras de serviço para o Senado, que tiveram contratos suspensos por suspeita de superfaturamento, vai gerar economia anual de R$ 10 milhões. Essas empresas, no entanto, não representam nem 10% das que têm contrato com a Casa. Segundo confirmou o 1º secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), de 29 a 34 terceirizadas ¿ nem se sabe o número certo ¿ atuam hoje no Senado, e todos esses contratos deverão passar por auditoria.

A Plansul assume hoje o antigo contrato da Ipanema, que mantinha 337 funcionários terceirizados à disposição da Comunicação Social, sendo que pelo menos 36 estavam desviados de função. Mesmo com reajuste salarial linear de 11% a esses terceirizados, a Plansul cobrará quase R$ 8 milhões menos do que a Ipanema.

Quanto aos problemas que envolvem diretores e senadores, as providências podem demorar.

Pelo menos três diretores envolvidos em denúncias, por coincidência ou não, entraram de férias ou licença. A diretora de Comunicação Social, Elga Mara Teixeira Lopes, que assumiu a função há menos de um mês, pediu férias seguidas de licença anteontem, dia em que o Ministério Público solicitou ao Tribunal de Contas da União investigação sobre denúncias de que ela recebeu do Senado enquanto fazia campanhas políticas.

Exonerado da direção da Secretaria de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi é outro que preferiu se afastar desde que foi acusado de ceder o imóvel funcional para o filho. Ninguém na Casa consegue dar notícia do ex-diretor-geral Agaciel Maia, que pediu demissão em meio a suspeitas de que teria omitido de seu patrimônio mansão avaliada em R$ 5 milhões. Ele continua lotado no Senado.

¿ No caso de Agaciel, não cabe a abertura de sindicância, já que a conduta dele foi questionada sobre um caso de sua vida privada ¿ disse o diretorgeral, Alexandre Gazzineo. ¿ Ela (Elga) é uma funcionária da presidência, a quem compete decidir o seu destino.

Sobre Zoghbi, Gazzineo disse que não há provas de que o filho do funcionário usou o imóvel funcional.