Título: Diretor da PF responsabiliza juiz por vazamento de nomes de partidos
Autor: Franco, Bernardo Mello
Fonte: O Globo, 01/04/2009, O País, p. 5

Corrêa e Tarso negam motivação política; De Sanctis não respondeu

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O diretorgeral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, transferiu para o juiz da 6aVara Federal de São Paulo, Fausto De Sanctis, a responsabilidade pelo vazamento das informações da Operação Castelo de Areia sobre supostos crimes financeiros cometidos pela empreiteira Camargo Corrêa.

O diretor da PF negou que a instituição tenha agido politicamente.

A desconfiança surgiu quando foi divulgado que partidos ligados ao governo, entre eles o PT, não foram citados no relatório final sobre os repasses financeiros da empresa.

Corrêa considerou a acusação injusta: ¿ A Polícia Federal não praticou ato motivado por questões partidárias ou políticas.

Agora, os interlocutores é que falaram nomes de pessoas, instituições e partidos. E essas pessoas estavam sendo interceptadas legalmente. O juiz, ao dar publicidade a seu despacho, se fundamentou inclusive em alguns desses. Cabe ao juiz, e somente ele pode fazer isso ¿ disse Corrêa. De Sanctis, em viagem aos EUA, está incomunicável, segundo sua assessoria.

A PF divulgou nota argumentando que nas investigações, realizadas por mais de um ano, não houve ¿vazamentos de dados ou de pessoas envolvidas¿, sendo que a publicidade do caso surgiu a partir da decisão judicial.

A nota afirma que as conversas monitoradas foram registradas em relatórios quinzenais, de acordo a lei, e enviados ao juiz: ¿As conversas monitoradas não falam especificamente de um ou outro partido, mas de vários deles, portanto sem indícios de favorecimento dirigido¿.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que não houve perseguições nem favorecimentos: ¿ A PF tem atribuições definidas em lei. Não investiga partido ou ideologia.