Título: Líder tucano ataca diretor-geral do Senado
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 04/04/2009, O País, p. 3

Virgílio chama Gazzineo de "fantoche do meliante engravatado".

BRASÍLIA. Depois de dois meses de crise, o clima de tensão no Senado é grande, alimentado por intrigas, ameaças e chantagens. Um dia após ter defendido o colega Tasso Jereissati (PSDB-CE), que teve de se explicar por ter usado parte de sua cota de passagens para alugar jatinhos, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), confrontou ontem o diretor-geral da Casa, Alexandre Gazzineo. Perguntou-lhe se era "diretor de verdade ou fantoche do meliante engravatado", referência ao seu antecessor Agaciel Maia. Isso depois de ter lido num jornal local nota informando que Agaciel teria orientado Gazzineo a demitir cinco indicados de Virgílio para cargos de direção - que o tucano nega que tenha. Logo após os ataques do tucano, Gazzineo desmentiu a notícia. Mas Virgílio já havia, da tribuna, externado sua irritação:

- Vou exigir que o doutor Gazzineo, com peruca ou sem peruca, diga quem são os cinco demitidos. Então, Agaciel estaria muito irritado com as seguidas críticas do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio??!!

A confirmação por Gazzineo, também ontem, da demissão do diretor da Secretaria de Telecomunicações, Carlos Roberto Muniz, aumentou a confusão. A decisão foi atribuída pelo jornal "Correio Braziliense" à irritação do 1º secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), com um suposto dossiê que teria sido feito pelo diretor sobre despesas de senadores com telefonia. Primeiro, Gazzineo declarou que não havia motivo oficial para o afastamento. No fim do dia, a assessoria de Heráclito justificou o ato, alegando que o setor de Telecomunicações vinha sendo alvo de inúmeras denúncias, entre elas a publicada pelo GLOBO mostrando que Muniz foi o principal responsável pela construção de um luxuoso prédio de três andares para abrigar a central telefônica da Casa.

Outra notícia que ontem corria pelos corredores da Casa indicava possibilidade de o advogado Shalom Granado, avalista da versão de Renan Calheiros (PMDB-AL) para justificar seu patrimônio - depois derrubada pela Polícia Federal -, trocar a Secretaria de Controle Interno pela Advocacia Geral do Senado. Para o seu lugar irá Alberto Cascais, que perdeu no ano passado o posto de advogado-geral por apresentar parecer contrário a aplicação da lei antinepotismo.

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