Título: Previsão de funcionamento só para 2011
Autor:
Fonte: O Globo, 06/04/2009, O País, p. 4

Até o momento, Venezuela, que seria parceira na construção da refinaria, não investiu na obra.

RECIFE. A Operação Castelo de Areia reduziu as expectativas do governo de Pernambuco de ver a refinaria Abreu e Lima entrar em operação ano que vem.

A obra foi pivô de uma disputa que mobilizou todos os estados do Nordeste.

Acabou sediada no complexo industrial portuário de Suape, graças ao empenho do presidente Lula. Além da fiscalização do TCU, a aclamada parceria com a estatal venezuelana de petróleo, a PDVSA, que até agora não se concretizou, é outro impedimento para o avanço da obra. Embora seja citada sempre como resultante de acordo entre os dois países, o governo Hugo Chávez ainda não colocou um só tostão na construção, inicialmente avaliada em US$ 4,05 bilhões.

O contrato de associação entre os dois governos teria expirado no último dia 26 sem um acordo, mas a Petrobras informou, na última sexta-feira, que foi assinado um termo aditivo de 60 dias a fim de negociar ¿as tratativas para viabilizar o projeto da refinaria¿.

A estatal confirmou que, até o momento, ¿todos os investimentos e iniciativas para gestão da obra estão sendo realizados pela Petrobras¿.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, já trabalha com a hipótese de a Abreu e Lima só poder começar a operar em 2011: ¿Vamos ter que esperar a assinatura de novos contratos e estamos entrando no período chuvoso, o que atrapalha o andamento dos serviços.

Coelho se referia ao pacote de sete licitações para construção de grandes estruturas da refinaria, que acaba de ser cancelado pela própria Petrobras.

A empresa parece ter redobrado os cuidados para evitar futuros questionamentos por parte do TCU. Depois de analisadas as propostas das empresas, a estatal considerou muito altos os valores cobrados. Os cerca de R$ 23 bilhões sugeridos pelas empreiteiras equivaliam a mais do dobro dos R$ 10,1 bilhões previstos na segunda etapa de implantação do projeto.

Apesar dos questionamentos, os serviços de preparação do terreno já estão concluídos em 85%, tendo gerado, no pico das obras, cerca de 2.700 empregos. No momento, segundo a Petrobras, há 700 homens trabalhando.