Título: A Europa não quer ceder espaço no FMI
Autor:
Fonte: O Globo, 12/04/2009, Economia, p. 27
Representante do Brasil no Fundo diz que discursos "aparentemente progressistas" de ricos no G-20 não são postos em prática
WASHINGTON. Paulo Nogueira Batista Jr., diretorexecutivo pelo Brasil e mais oito países da região no FMI, é um entusiasta das mudanças ¿ históricas, segundo alguns ¿ pelas quais passa o Fundo hoje. Acusado durante anos de impor soluções ortodoxas ditadas por potências econômicas a países em desenvolvimento acuados por emergências heterodoxas, o Fundo chegou a ser considerado uma instituição decadente quando o mundo vivia uma expansão sem precedentes, em 2007 e início de 2008. Mas a gravidade da crise originada nos EUA terminou por apressar as mudanças que muitos países pediam há pelo menos uma década na instituição.
Mas que ninguém se iluda. A ideia de construção de um Fundo onde grandes países emergentes tenham mais voz no processo decisório, bem como o quanto cada nação terá que pagar por isso, não são processos fáceis e consensuais, alerta o economista.
¿A Europa sabe que está superrepresentada, mas não quer ceder espaço no FMI¿, diz ele. ¿A mudança no Fundo não será fácil, apesar de a crise ser um fator de pressão e as mudanças serem óbvias diante de uma nova realidade geopolítica¿.