Título: ...e Lula atribui parte da crise a pânico
Autor: Frisch, Felipe
Fonte: O Globo, 15/04/2009, Economia, p. 19

Presidente diz que pior da crise já passou e a classifica de tempestade.

TELÊMACO BORBA (PR) e RIO. Animado pelos primeiros sinais de recuperação da economia, como o crescimento da atividade industrial em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou o discurso otimista. Segundo ele, parte dos efeitos da crise no Brasil deve-se ao pânico e não à realidade econômica.

¿ Às vezes, penso que 50% do resultado da crise são um pouco de pânico que tomou conta da sociedade ¿ disse Lula, ontem, na comemoração de 110 anos da Klabin, em Telêmaco Borba. ¿ O Brasil vive realmente um momento privilegiado de estabilidade e credibilidade política. E aqui não tem nenhuma venda barata de otimismo.

Lula voltou a afirmar que os efeitos da crise aqui serão bem menores que nos países ricos, por que o Brasil tem ¿fundamentos mais sólidos, reservas cambiais e mercado interno ávido¿. Ele também questionou as causas da estagnação econômica em dezembro, evocando movimentos especulativos: ¿ A brecada da economia em dezembro não tem explicação, assim como não tem explicação o petróleo chegar a US$ 150 o barril ou a explosão do preço da soja em maio.

E, depois de culpar os ¿brancos de olhos azuis¿, Lula ontem responsabilizou ¿um grupo de seres humanos que se achava mais espertos que os outros¿ pela crise.

Já no Rio, na Feira Internacional de Defesa, Lula fez coro ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e disse que o pior da crise já passou. Ele, que já a chamara de ¿marolinha¿, classificou-a ontem de ¿tempestade¿: ¿ Já há sinais de setores se recuperando. Não é por causa de uma tempestade que a gente vai ter qualquer problema.

Citando como exemplos o desempenho do setor de combustíveis e os empregos gerados por projetos da Caixa Econômica, o presidente disse que ¿a economia brasileira continua sólida¿.

¿ Se pudesse fazer uma afirmação, eu acho que efetivamente o pior já passou.