Título: Regras afetam mais o comércio
Autor: Almeida, Cássia; Bôas, Bruno Villas
Fonte: O Globo, 16/04/2009, Economia, p. 21

Houve consenso ontem, no Fórum Econômico Mundial sobre a América Latina, no debate sobre como acabar com as barreiras comerciais e evitar o protecionismo no comércio entre os países da região. Os participantes concordaram que procedimentos e regulações, que poderiam facilitar o comércio, mais do que eventuais tarifas, são insuficientes, ineficientes e vêm sendo afetados pelas atuais restrições financeiras.

Os maiores entraves estariam em barreiras técnicas e administrativas envolvendo o setor alfandegário, as restrições sanitárias e licenças de importação, impedindo melhorar a competividade dos países. Bruno Ferrari, executivo-chefe da ProMexico, agência federal que promove as exportações, deu um exemplo:

- Somos, provavelmente, o país da região que mais tem acordos comerciais com o resto do mundo. A questão é que há nada menos do que 150 mil procedimentos para concretizar as transações.

Os debatedores concordaram que os governos falam muito e fazem pouco para eliminar a burocracia e outros entraves. Porém, o vice-ministro de Desenvolvimento do Brasil, Ivan Ramalho, disse que o país se empenha no debate para redução de tarifas e subsídios. Mas admitiu que isso não é suficiente:

- Os governos precisam se reunir para eliminar problemas que são simples mas causam grande constrangimento. (José Meirelles Passos)