Título: Camata contesta denúncias e afirma que seu ex-assessor está perturbado
Autor: Otavio, Chico
Fonte: O Globo, 19/04/2009, O País, p. 4

Odebrecht também nega e afirma que acusações são irresponsáveis.

VITÓRIA. O senador Gerson Camata (PMDB-ES) negou todas as denúncias feitas por seu ex-contador, Marcos Vinícius Moreira Andrade. Ele disse que, além de magoado, o ex-colaborador enfrenta hoje problemas psicológicos que comprometeriam o teor de seu depoimento.

Camata, contudo, admite a relação de Marcos com as finanças de seu gabinete:

- Ele realmente cuidava da contabilidade das campanhas. Quando a legislação exigiu que se abrisse uma conta, com CNPJ, ele administrou a conta. Era ele mesmo.

Camata disse que Marcos não foi reconduzido à presidência da Banestes Seguros, a seguradora do governo capixaba (razão de seu rompimento com o senador) porque teria chamado o presidente do Banestes, na época Roberto Penido, de burro:

- O presidente do banco, ex-reitor da universidade, teria sido chamado de burro. E na frente da diretoria toda. Pedi a ele que se retratasse, mas Marcos se negou.

O senador negou que tenha burlado a prestação de contas da campanha de 2002 para "esquentar" o correspondente a R$200 mil de sobras:

- Todas as pessoas relacionadas na lista de prestação de contas, inclusive as que serviam no meu gabinete e os meus parentes, receberam para trabalhar. Eu fazia questão de pagar. Não houve nada ilegal.

Camata também negou que Marcos tenha pagado suas despesas pessoais:

- Nunca pagou, coitado. O que pode ter acontecido, em algumas ocasiões, foi um pedido meu para pagar uma conta ou outra quando eu estava em Brasília. Mas sempre reembolsei tudo. Coisa normal, legal.

Construtura nega pagamento regular a senador

Camata também rechaçou a denúncia de que, durante 13 anos, recebeu mesada da Construtora Odebrecht por conta do pedágio da Terceira Ponte (Vitória-Vila Velha).

- Para que a Odebrecht iria me dar dinheiro? No meu tempo, não havia pedágio.

Sobre o aluguel de um carro da King na campanha, disse:

- Fiquei pagando com verba indenizatória. Mas devolvi. Usei e entreguei. Pode olhar no Detran. Fiquei com ele seis ou oito meses, mas devolvi.

A Odebrecht também informou desconhecer o pagamento. Por intermédio de sua assessoria, negou "veementemente qualquer irregularidade" e considerou "irresponsável esse tipo de afirmação".