Título: Aviação na gangorra da economia
Autor: Mendes, Karla
Fonte: Correio Braziliense, 22/03/2009, Economia, p. 27

Os rumos do mercado de aviação este ano são uma incógnita. O comandante Ronaldo Jenkis, diretor-técnico do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), não se arrisca a fazer qualquer previsão. ¿Não tenho ideia de como o mercado vai se comportar. Nós, aviação, somos filhos da economia. Se começa a melhorar, a ocupação dos aviões melhora devido ao aumento de negócios e à possibilidade de lazer. Se piora, acontece o contrário¿, analisa.

Em janeiro, o mercado de aviação civil na América Latina cresceu 5,8% e o Brasil foi além: 9,6%. Em fevereiro, a despeito do período de férias e do carnaval, o número de passageiros caiu 0,6%. ¿A nossa grande incógnita é março. É quando o mercado cai na realidade¿, diz. Apesar das incertezas, as companhias aéreas têm ampliado o número de voos diários. E Brasília tem sido destaque.

A OceanAir começa a oferecer uma nova rota de Campo Grande para a capital federal, com conexão em Cuiabá, que também passará a ter voo direto para São Paulo. ¿Estamos aumentando nossa malha no Centro-Oeste. E Brasília é o principal centro de conexões da Ocean Air¿, ressalta Renato Pascowitch, diretor-executivo da empresa.

Nova malha Há duas semanas, a Webjet lançou sua nova malha aérea, com destaque para Brasília, que passou a ter cinco voos diárias para o Rio de Janeiro. A ligação da capital federal com Salvador ganhou nova opção de domingo a sexta-feira. O objetivo da companhia é reforçar horários e frequências nas 12 cidades atendidas.

A cidade baiana tem também mais um voo direto para o Rio de Janeiro, com operação diária. O trecho Porto Alegre/São Paulo (Guarulhos) passa a contar com quatro ligações, com o acréscimo de um voo direto e uma frequência com escala em Curitiba, diariamente.

A TAM também aumentou sua malha a partir de Brasília. Em dezembro, a companhia passou a operar novos voos para Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A última alteração nas rotas da Gol ocorreu em outubro, com a reformulação e unificação com a malha aérea da Varig. ¿Não temos novos voos, mas passamos a ter uma oferta bem mais equilibrada¿, afirma Tarcísio Gargione, vice-presidente de Marketing e serviços da Gol. O executivo cita o exemplo da rota Brasília-São Paulo, que tinha seis voos da Gol e cinco da Varig. Como os horários oferecidos pelas duas companhias eram muito próximos, foi feita uma distribuição, dando mais opções durante todo o dia. Também houve incremento de opções de horários para Rio, Salvador e Belo Horizonte. ¿Brasília ficou muito mais bem atendida. E Brasília é estratégica para qualquer companhia aérea¿, ressalta. (KM)