Título: Escolas com mensalidades altas tiram notas baixas no Enem
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Fonte: O Globo, 30/04/2009, O País, p. 4

Americana, que cobra R$ 4.740, alega ser voltada para cursos no exterior

A Escola Americana, na Gávea, uma das mais caras do Rio, com mensalidades que chegam a R$ 4.740 para alunos do ensino médio, ficou apenas na 115ª colocação no ranking carioca do Enem, com média de 61,8 pontos, atrás de escolas gratuitas como Pedro II e Cefet. O Colégio de São Bento, o melhor do país no Enem pelo segundo ano consecutivo (média 80,58), cobra mensalidades muito inferior, em torno de R$ 1.700. Segundo a direção da Escola Americana, a explicação para o resultado no Enem está na metodologia, que não é voltada nem para os vestibulares brasileiros nem para o exame.

¿ Não temos nada contra o Enem, mas nossa proposta é formar o aluno para a vida. Nós nos preocupamos com o futuro dele, que saia da faculdade pronto para conquistar bons empregos ¿ diz a professora Vera Pepin, diretora brasileira da escola. ¿ Aqui não adestramos o estudante para o vestibular, que é composto, em grande parte, por macetes e regrinhas.

Vera também disse que a Escola Americana respeita o calendário do Hemisfério Norte, em que as aulas vão de agosto a maio. Devido a essa incompatibilidade com o cronograma das faculdades brasileiras, quem realiza as provas do Enem são os alunos do 2º ano do ensino médio, o que os deixa com uma defasagem em relação aos demais estudantes.

Segundo Vera, a maioria de seus alunos opta por faculdades nos Estados Unidos ou na Europa.

Por isso, a grade adotada pela instituição é uma mistura da americana com a brasileira.

¿ Nossos programas não batem com os das escolas brasileiras ¿ resume a diretora.

Escola Parque ficou em 25º; Suíço-Brasileira, em 33º Outra escola que cobra caro e não obteve bom desempenho no Enem foi a Britânica, em Botafogo.

Com uma mensalidade de R$ 3.367 para os alunos do ensino médio, o colégio bilíngue obteve média de 66,19 pontos e ocupou a 67ª posição na lista de escolas cariocas do Enem.

Diferentemente da Americana, o projeto pedagógico da Britânica dá ênfase ao bom desempenho dos alunos nos vestibulares do país. Após concluir a proficiência, os estudantes passam por um programa preparatório para a universidade, de dois anos de duração. O site do colégio diz que ¿todos os seus alunos ambicionam uma vaga na universidade, seja no Brasil ou no exterior, e sua grade curricular foi desenvolvida no sentido de capacitá-los a atingir este objetivo¿. A escola foi procurada no meio da tarde de ontem, mas funcionários alegaram que o expediente havia se encerrado e não havia ninguém para comentar o resultado.

Outras escolas de elite do Rio tiveram colocações medianas no ranking, como a Escola Parque, em 25º (71,59), cuja mensalidade custa R$ 1.682; e a Escola Suíço-Brasileira, em 33º (média de 70,46), que cobra R$ 2.696.