Título: Um apagão na agenda
Autor: Tahan, Lilian
Fonte: Correio Braziliense, 27/03/2009, Política, p. 7

Em 2 de maio de 2007, os distritais decidiram em plenário o destino de boa parte dos projetos que formavam a chamada pauta ética na Câmara Legislativa. Rejeitaram na época duas das mais polêmicas propostas, a que sugeria a redução da verba indenizatória e outra que extinguia os salários-extras dos parlamentares. A primeira matéria foi negada por 20 dos 24 distritais, sendo que três se ausentaram da votação. O único voto favorável foi o do próprio autor.

Quanto aos salários-extras, foi apresentado um substitutivo da Mesa Diretora permitindo aos deputados que quisessem a oportunidade de abrir mão dos salários, desde que comunicassem o desejo ao setor de recursos humanos. Apenas sete distritais na época votaram contra o substitutivo: Alírio Neto (PPS) ¿ então presidente da Câmara (foto)¿, Cabo Patrício (PT), Chico Leite (PT), Érika Kokay (PT), Milton Barbosa (PSDB), Pedro Passos (PMDB), além de Reguffe.

A proposta que disciplinava a ocupação de cargos de chefia não chegou sequer a ser colocada em pauta. Os distritais só não deram um apagão na pauta politicamente correta por conta da aprovação em primeiro e segundo turnos do projeto que proíbe a prática do nepotismo na Câmara Legislativa. De autoria do deputado Chico Leite (PT), a proposta impede a contratação de parentes consanguíneos ou por afinidade em até terceiro grau nas instalações do Legislativo. Depois disso, uma série de familiares dos deputados foram obrigados a deixar os gabinetes. (LT)