Título: Marco simbólico em águas profundas
Autor: Rangel, Juliana; Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 02/05/2009, Economia, p. 18

Operação em Tupi abre caminho para produção de reservas gigantes

O início do teste de longa duração (TLD) no pré-sal na área de Tupi, na Bacia de Santos, representa um marco histórico da indústria petrolífera brasileira. Essa operação é o primeiro passo em direção à produção de reservas gigantescas de petróleo existentes a grandes profundidades e abaixo de uma camada de sal com cerca de dois mil metros de extensão. O poço 3-RJS-646, que começou a operar ontem, está a 2.140 metros de profundidade, do nível da água ao solo marinho, sem contar com outros 3 mil metros no subsolo. O recorde anterior de produção era de um poço na Bacia de Campos, a 1.860 metros de profundidade.

Investimentos de US$28,9 bilhões de 2009 a 2013

A área de Tupi, com reservas estimadas de 5 bilhões a 8 bilhões de barris de petróleo, está localizada no bloco BMS-11, explorado pelo consórcio liderado pela Petrobras (65%), com BG (25%) e Petrogal-Galp (10%). Na fase inicial de testes, Tupi vai produzir entre 10 mil e 20 mil barris diários de petróleo.

Os testes serão feitos pelo navio-plataforma FPSO Cidade de São Vicente, afretado da empresa BWO. São cinco poços interligados ao navio-plataforma: três vão injetar água, um vai reinjetar gás natural e o poço produtor, o 3-RJS-646. O petróleo na região é leve, de 28 graus API (classificação internacional de qualidade). No mesmo bloco de Tupi, o BMS-11, fica a acumulação batizada de Iara, com reservas estimadas de 3 bilhões a 4 bilhões de barris.

A Petrobras prevê investir US$28,9 bilhões, entre 2009 e 2013, no desenvolvimento dos campos descobertos no pré-sal na Bacia de Santos. Até 2013, a estatal estima produzir 219 mil barris diários de petróleo na camada pré-sal.