Título: Conselho discute mudanças no ensino médio
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 05/05/2009, O País, p. 11

MEC propõe aumento da carga horária e liberdade para que os estudantes escolham até 20% das disciplinas

BRASÍLIA. O Conselho Nacional de Educação começou a discutir ontem proposta do Ministério da Educação de mudar o currículo e tornar o ensino médio mais atraente para os jovens. A proposta do ministro Fernando Haddad prevê o ensino interdisciplinar, com aumento da carga horária, de 2.400 para três mil horas/aula ao longo dos três anos do ensino médio; liberdade para que alunos escolham 20% das disciplinas em que serão matriculados; e ênfase em leitura, atividades práticas e educação artística. O MEC quer também que cada professor passe a lecionar numa única escola.

Sob o título "Ensino Médio Inovador", o projeto do MEC não determina um modelo de organização curricular. O texto limita-se a mencionar "novas formas de organização das disciplinas", deixando espaço para diferentes arranjos. E prevê uma base unitária comum, sobre a qual cada escola poderia desenvolver projetos distintos.

Em tese, isso pode ensejar grades curriculares inteiramente novas, em torno de quatro grandes áreas: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. Ou simplesmente manter o atual modelo de disciplinas como português, matemática, biologia, química e outras, desde que conversem entre si.

O MEC quer que os alunos percebam os vínculos entre o que aprendem em sala e o mundo onde vivem. Tanto que o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), avaliará conteúdos das quatro grandes áreas, em vez de disciplinas isoladas.

- Ninguém vai resolver a questão curricular de cima para baixo. Não estamos falando de algo padronizado para todas as escolas do Brasil - diz o diretor de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica do MEC, Carlos Artexes Simões.