Título: País abdica da oportunidade
Autor: Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 07/05/2009, O País, p. 8
BRASÍLIA. Até então um dos favoritos ao cargo de diretor-geral da Unesco, o brasileiro Marcio Barbosa, diretor-adjunto do organismo, afirmou estar frustrado com a decisão do Itamaraty de apoiar o egípcio Farouk Hosni. Sem revelar quais são, ele disse que alguns países já se ofereceram para apresentar sua candidatura. Mas Barbosa não trabalha com essa possibilidade, por preferir representar o Brasil.
O GLOBO: Como o senhor vê a posição do governo brasileiro? MARCIO BARBOSA: O Brasil sempre teve uma presença muito importante na Unesco em mais de 60 anos de história do organismo, mas nunca estivemos tão perto de um brasileiro assumir a sua direção.
O Brasil é visto como um país que poderia dar uma grande contribuição neste momento.
Qual a sua sensação, ao saber que esse apoio não foi para o senhor? BARBOSA: É frustrante. O Brasil nunca dirigiu uma organização da ONU, e agora abdica dessa oportunidade.
Estou frustrado com a decisão do Itamaraty.
Vários países são simpáticos à sua candidatura. Como eles estão reagindo? BARBOSA: Tenho sido sondado por alguns países sobre a possibilidade de eu me candidatar em nome deles.
Mas não trabalho com essa hipótese.
O Brasil tem até o final deste mês para apresentar oficialmente sua posição.
Houve precipitação do país? BARBOSA: O Brasil se precipitou.
Não precisava divulgar agora sua posição.