Título: Argentina confirma caso e nos EUA número cresce 40% num só dia
Autor: Alencastro, Catarina; Barbosa, Adauri Antunes
Fonte: O Globo, 08/05/2009, O Mundo, p. 24

OMS volta a afirmar que é seguro consumir carne de porco.

BUENOS AIRES. A gripe suína aumentou sua incidência na América Latina. A Argentina confirmou ontem seu primeiro caso e informou que analisa outros 58 suspeitos. El Salvador, Costa Rica, Guatemala e Colômbia já haviam confirmado infectados pelo vírus.

Neste último país, o número de casos suspeitos subiu ontem para 145.

No México, onde estão a maioria dos casos, escolas e universidades abriram ontem pela primeira vez em duas semanas, com a desaceleração da velocidade de contaminação. O país confirmou ontem mais dois mortos pela doença, num total de 44, e 1.160 doentes, 90 a mais do que na quarta-feira.

O maior aumento da epidemia aconteceu ontem nos Estados Unidos, onde os casos confirmados subiram 40% em apenas um dia, para 896, segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CPCD). Especialistas americanos disseram esperar que o vírus se espalhe por todos os 50 estados americanos e afirmaram ser possível que o número dobre em breve.

¿ Estamos relatando 1.823 casos prováveis ou confirmados em 44 estados ¿ disse o diretor do centro, Richard Besser, acrescentando que, até agora, 99% dos casos considerados prováveis foram confirmados como da gripe suína.

Pandemia poderia durar 2 anos e infectar um terço da população mundial Em todo o mundo, já são mais de 2.000 casos em cerca de 20 países. O infectado na Argentina é um homem que voltou do México em 25 de abril, antes de o governo cancelar os voos entre os dois países. Ele foi medicado e já teve alta.

Ontem, a Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou a afirmar que a carne de porco é segura para consumo e que as medidas sanitárias em vigor no mundo são suficientes para resguardar a produção suína do vírus H1N1. O diretorgeral assistente da OMS, Feiji Fukuda, desconsiderou a ressalva feita na véspera pelo diretor do Departamento de Segurança Alimentar, Zoonoses e Doenças Transmitidas por Alimentos, Jorgen Schlundt, da própria organização.

Segundo Schlundt, apesar de não haver dados até agora sobre a sobrevivência do vírus na carne, há um perigo potencial de que o H1N1 esteja presente no sangue de animais infectados e de que ele possa sobreviver ao processo de congelamento.

Portanto, disse Schlundt, ¿a carne de porcos doentes ou porcos encontrados mortos não deve ser processada ou usada para consumo humano em nenhuma circunstância¿.

Não há registro de porcos doentes no Brasil, o quarto maior produtor mundial de carne suína, segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína.

Cerca de 20 países impuseram restrições à carne de porco de EUA, México e Canadá.

A OMS acrescentou ontem que uma possível pandemia (epidemia em escala mundial) poderia durar dois anos e infectar 2 bilhões de pessoas, um terço da população do planeta.

O continente mais afetado tenderia a ser o africano.

¿ Se não avançarmos para uma pandemia, nossa expectativa é que vejamos um grande número de pessoas infectadas por todo o mundo ¿ disse Feiji Fukuda, diretor-geral assistente da OMS. ¿ Considerando as pandemias passadas, seria uma estimativa razoável dizer que talvez um terço da população mundial poderia ser infectada

COLABOROU: Janaína Figueiredo