Título: Gripe suína pode ter feito mais uma vítima no Rio
Autor: Mendes, Taís; Dale, Joana
Fonte: O Globo, 10/05/2009, Rio, p. 23

Mãe de universitário que contraiu o vírus de amigo que veio do México é internada com sintomas da doença

A mãe do universitário de 29 anos, morador da Ilha do Governador, que contraiu gripe suína no Brasil de um amigo que esteve no México foi internada ontem de manhã com sintomas da doença. Ela está em isolamento no Hospital Clementino Fraga Filho, no Fundão, e o resultado dos exames de sangue deve ser divulgado terça-feira. Segundo a família, a mulher teve febre, forte dor de cabeça e enjoo. O filho mais novo, o marido e a empregada da família estão em casa, em observação, e não apresentam sintomas. Segundo o marido, a mulher não teve contato com o amigo do filho que contraiu a doença no México.

De acordo com a família, o universitário de 29 anos já está melhor e mais calmo. Já a mãe do rapaz infectado no México disse que ele passa bem e está sem febre. Além disso, informou que não há ninguém na família, também moradora da Ilha, com sintomas da gripe. Ela e a filha foram orientadas a ficar em casa.

O rapaz que veio do México foi o primeiro caso confirmado da doença no Rio. Sem saber que tinha a gripe suína, ele contaminou o amigo, o universitário de 29 anos. Os dois estão internados no setor de isolamento do Hospital do Fundão.

Especialistas estão preocupados com o surgimento de mais casos de contágio em solo carioca. Para o infectologista Edimilson Migowski, da UFRJ, o quadro se aproxima de uma epidemia.

¿ A epidemia pode surgir a qualquer momento. As pessoas que não viajaram estão encontrando quem viajou para fora do Brasil, e essa rede de contatos torna o controle efetivo praticamente impossível, como uma bola de neve.

Se confirmado o contágio do filho para a mãe, será mais um caso autóctone, diz ele.

¿ O primeiro caso no Rio veio importado do México. Mas o segundo e esse terceiro são considerados autóctones, pois o vírus foi transmitido no Brasil.

Migowski destaca a importância da quarentena voluntária (de uma semana ou dez dias), em casa, para quem tiver sido exposto ao vírus, sempre observando cuidados como cobrir o rosto ao espirrar e lavar as mãos constantemente.

O infectologista Alberto Chebabo, do Hospital do Fundão, frisa que ainda não há uma epidemia.

¿ Neste momento, os três casos citados fazem parte de uma cadeia epidemiológica pequena, as pessoas infectadas são muito próximas. Mas, se a doença da mãe do universitário for confirmada, é sinal de que o vírus está se alastrando.