Título: Aécio se apresenta como candidato, e PSDB é só elogios ao Bolsa Família
Autor: Lins, Letícia
Fonte: O Globo, 12/05/2009, O País, p. 4

"Não dá para perder a próxima eleição", disse o governador de Minas

JOÃO PESSOA. O governador de Minas, Aécio Neves, que disputa com o governador José Serra (SP) a indicação tucana para disputar a Presidência, foi ovacionado ao desembarcar ontem num hotel na Praia de Tambaú, onde o partido realizou o seminário "O PSDB e as políticas sociais: passado, presente e futuro". Serra, que era aguardado, não apareceu. O encontro serviu ainda para antecipar o tom que deve prevalecer nos palanques de 2010 em relação ao Bolsa Família, chamado pelos tucanos de uma continuação de iniciativas do ex-presidente Fernando Henrique.

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), discursou:

- Não estão em discussão o pai nem a mãe da criança. Ao longo do governo Fernando Henrique, houve ação no campo social relevante de várias formas, que depois amadureceram no formato do Bolsa Família. Ao longo do mandato de Lula, é óbvio que o amadurecimento do Bolsa Família foi grande. Teve consolidação nacional, que reconhecemos. O que temos que ter como partido é a noção de que vamos avançar, jamais recuar. Não queremos olhar pelo retrovisor, mas para a frente.

Discussões à parte sobre os programas sociais, quem roubou a cena foi Aécio. Após falar dos "exemplos de gestão do PSDB e do DEM", discursou como candidato para os cerca de 1,5 mil militantes no auditório:

-- Iniciamos hoje nossa caminhada, e espero que seja vitoriosa. Estou com serenidade para fazer a agenda de 2010. Não sou movido por nenhum sentimento de obsessão. Ganhamos duas (eleições presidenciais), perdemos duas e não dá para perder a próxima. Não queremos só chegar ao poder. Queremos chegar ao poder para transformar o Brasil, como fizemos durante o governo FH.

Pouco antes, Aécio definiu o que entende por "pós-lulismo":

- Precisamos mostrar o que pretendemos fazer com aquilo que chamamos de pós-lulismo, quais as etapas que não foram vencidas, as reformas que ficaram por fazer, quais os programas de desenvolvimento regional necessários e quais os sociais que precisam ser aprimorados.