Título: Caminhonetes da Fubra abandonadas
Autor: Alves, Renato
Fonte: Correio Braziliense, 27/03/2009, Cidades, p. 47

A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) mandaram a Fundação Universitária de Brasília (Fubra) devolver à União uma série de bens adquiridos por meio de convênios firmados entre a entidade ligada à Universidade de Brasília (UnB) e órgãos federais. A destinação do dinheiro público para tais bens foi considerada ilegal pelos órgãos fiscalizadores. Entre eles estão duas caminhonetes Mitsubishi L200, 4x4, da linha Outdoor, 2007/2008. Avaliadas em R$ 77 mil cada, ambas estão no estacionamento coberto do shopping Pier 21 desde 30 de janeiro.

Para os administradores do estacionamento, arrendado por uma empresa privada, as caminhonetes foram abandonadas pela Fubra, pois não saíram mais do lugar e a mensalidade do aluguel da vaga estava vencida havia seis dias, até ontem, quando a dívida somava R$ 240. Além dela, o estado dos veículos era de abandono. As duas estavam cobertas de poeira e uma tinha pneus murchos.

A situação chamou a atenção dos funcionários do estacionamento, que acionaram o Departamento de Trânsito (Detran) na noite de quarta-feira.

Pelas placas, os agentes do Detran confirmaram que elas pertenciam à Fubra, apesar de não terem qualquer identificação na lataria. Isso e os vidros cobertos por películas mais escuras que o permitido em lei reforçaram as suspeitas do MPDFT, de que as caminhonetes eram usadas para fins particulares, além do atendimento ao povo Kalunga, no interior de Goiás, como previa o convênio de R$ 3,6 milhões entre a Fubra, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a Funasa.

A assessoria de comunicação da Fubra diz não haver nada ilegal com as L200. Informou que os veículos estão há tantos dias no Pier 21 por causa da burocracia do órgão que receberá as caminhonetes, mas não disse qual órgão, quando será a doação nem o motivo da dívida não paga. ¿As L200 já deviam ter sido devolvidas à Funasa há tempos¿, afirmou o promotor Ricardo de Souza, do MPDFT. (RA)