Título: Senado: basta 1/3 dos servidores
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 14/05/2009, O País, p. 3

Coordenador da FGV admite que cortar cargos nos gabinetes é delicado.

BRASÍLIA. O coordenador do projeto de reestruturação administrativa do Senado apresentado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Bianor Cavalcanti, disse ontem que a Casa tem condições de funcionar perfeitamente com um terço de seus funcionários - ou seja, só com os 3.364 servidores de carreira, terceirizando apenas alguns serviços. Segundo Bianor, a proposta apresentada anteontem foi emergencial, e só numa segunda etapa a FGV poderá tratar de temas delicados como o enxugamento dos 3.350 servidores terceirizados e dos comissionados lotados nos gabinetes:

- Fundamentalmente, dá para o Senado funcionar com os servidores de carreira e algumas terceirizações. O excesso de servidores, de cargos de direção e de unidades gera mais confusão do que qualquer outra coisa. Acredito que isso seria possível dentro de uma ou duas legislaturas.

Virgílio diz ter recebido ameaça de morte

O quadro encontrado pela FGV, diz Bianor, foi de caos, devido ao grande número de cargos de direção, subdivididos em secretarias e subsecretarias. Para Bianor, a proposta da FGV não pode ser minimizada, apesar de a economia inicial de R$650 mil por mês parecer pequena num orçamento anual de R$2 bilhões. Ele admitiu que a segunda etapa da reforma, que mexerá com os terceirizados e comissionados de gabinetes, exigirá cuidado:

- A questão dos gabinetes é sempre uma área mais delicada, na qual não podemos agir com a mesma desenvoltura que temos no setor administrativo, já que se trata de uma área política, que é a essência da Casa.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), cobrou mais resultados:

- Não aceito só troca de nomenclatura de cargos - disse Virgílio, que atribuiu à pressão que faz por cortes um telefonema anônimo recebido na véspera, com ameaças de morte.