Título: Câmara propõe cota única, mas não corta verbas
Autor: Braga, Isabel; Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 15/05/2009, O País, p. 3

Heráclito Fortes quer que quem perder cargo de diretor fique sem gratificação

BRASÍLIA. A Mesa da Câmara concluiu ontem proposta de racionalização dos gastos que prevê corte de 8% no orçamento de R$ 3,6 bilhões deste ano. A economia seria de cerca de R$ 300 milhões. Uma novidade seria a unificação de todas as verbas, pagas hoje separadamente, numa cota única para passagem aérea, gastos nos estados, correios e telefone.

Não há previsão, porém, de alterar o subsídio dos parlamentares, hoje de R$ 16.594, nem de incorporar a verba indenizatória ao vencimento, porque sobre ela incidiria Imposto de Renda.

Apesar de propor cota única, não há previsão de corte nos valores hoje pagos nas variadas verbas. A economia, antes prevista de 10% do orçamento, agora reduzida a 8%, será em papel e reformas de apartamentos e gabinentes.

Com a adoção de um novo sistema de telefonia celular, a previsão é poupar R$ 5 milhões. A proposta será apresentada na terça-feira aos líderes.

Dois dias após receber a proposta de reestruturação administrativa elaborada pela Fundação Getulio Vargas, a Mesa do Senado encaminhou consulta ontem à Advocacia Geral da Casa para saber se poderia contratar sem licitação a consultoria, já realizada, ao preço de R$ 250 mil. Antes mesmo da resposta, o 1osecretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), pôs em dúvida um dos principais pontos do estudo, que recomenda a redução do número de diretorias de 41 para sete. E criticou a proposta de tirar de diretores o status do cargo sem corte de salários.

¿ Acho difícil ficar em sete diretorias. Talvez tenhamos de ficar com dez a 15 diretorias, até porque em 1991 a Casa tinha 15 diretorias e, de lá para cá, vários órgãos foram criados, como a TV Senado ¿ disse. ¿ Não adianta acabar com cargos e manter os salários. É claro que haverá redução salarial.