Título: Senado é ponto fraco do governo
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 15/05/2009, Economia, p. 23

BRASÍLIA. Mais do que um racha dentro da oposição, a proposta de criação da CPI da Petrobras acabou expondo ontem a fragilidade do governo no Senado, onde nunca conseguiu maioria estável, ficando sempre à mercê do humor da bancada peemedebista.

Embora o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), tenha ajudado ontem a construir o acordo que adiou a leitura do requerimento que garantiria a instalação da CPI, nos bastidores o partido estaria aproveitando para expor suas insatisfações com o governo.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que esta semana protagonizou um bate-boca público com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, por causa das demissões ocorridas na Infraero, sequer compareceu à reunião de líderes.

Foi representado pelo líder do PTB, senador Gim Argello (DF), a quem coube comandar o acordo para evitar a instalação da CPI da Petrobras.

O rol de insatisfeitos no partido, porém, vai muito além de Jucá. O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, também estaria irritado com possíveis pretensões do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, de disputar uma vaga ao Senado pela Bahia, comprometendo seus planos políticos no estado.

Já em Alagoas, o PT estaria costurando uma aliança para apoiar a candidatura do atual prefeito de Maceió, Cícero Almeida, ao governo do estado, o que poderá ameaçar a reeleição do governador tucano Teotônio Vilela, assim como a de Renan ao Senado. (A.V.)