Título: Risco de investigação ajuda a derrubar ações
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 16/05/2009, Economia, p. 24

Petróleo também empurrou papel da Petrobras. Bolsa rompe período de três semanas de alta.

RIO e NOVA YORK. A ameaça de uma CPI da Petrobras ajudou a pesar sobre as ações da empresa ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Os papéis, já afetados pela forte desvalorização dos preços do petróleo no mercado internacional, chegaram a recuar 2,24% no dia, e fecharam com perdas de 1,39%. As ações têm participação maior que 19% na carteira que compõe o Ibovespa, principal índice da Bolsa.

Depois de nove semanas em alta, o indicador ontem caiu 0,89% e encerrou a semana com queda de 4,65%.

A gestora de renda variável da Global Invest, Patricia Branco, diz que a CPI evidencia o risco de interferências políticas na Petrobras: ¿ Há muitas questões envolvendo a empresa, como o modelo de contabilização de impostos, e ninguém sabe qual será o desfecho disso.

Os preços do petróleo caíram quase 4% no mercado internacional.

Na Bolsa Mercantil de Nova York, o preço do leve americano recuou 3,9%, para US$ 56,34 o barril. Na Bolsa Internacional de Petróleo, em Londres, o Brent se desvalorizou 4,5%, para US$ 55,98.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que não há irregularidade do ponto de vista contábil ¿ que seria de sua competência analisar ¿ nos balanços da Petrobras, ¿tendo em vista que a companhia continua a reconhecer seus tributos pelo regime de competência, mesmo que haja mudança temporal quanto ao seu efetivo desembolso¿. ¿Isso significa que não há alteração no resultado do exercício bem como no cálculo dos dividendos como decorrência da mudança na forma de desembolso¿, disse a autarquia em nota.

O dólar subiu 1,34%, para R$ 2,110. O BC comprou US$ 78 milhões no mercado à vista.