Título: Seguro-desemprego extra para 143 mil
Autor: Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 21/05/2009, Economia, p. 18

Nova ampliação do benefício inclui comércio e setor de alimentos e bebidas.

BRASÍLIA. O governo vai anunciar hoje a ampliação das parcelas do seguro-desemprego, de cinco para sete, para mais 143 mil trabalhadores, incluindo desta vez os demitidos do comércio e da indústria de alimentação e bebidas. Esses dois setores serão os mais beneficiados com a autorização do pagamento adicional, com 83.300 demitidos, a maioria nos estados do Rio e de São Paulo.

Também foram incluídos os ramos de extração mineral, com 771 trabalhadores de cinco estados (Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins), e construção civil, com 2.291 trabalhadores do Rio Grande do Norte.

Pela regra normal, o seguro-desemprego é pago por três a cinco meses, dependendo do tempo em que o trabalhador ficou no emprego. O benefício vai de R$465 a R$870, sendo o valor médio de R$595,20.

No Rio, 15.857 demitidos serão contemplados

Na primeira fase da prorrogação do seguro-desemprego, em março, foram beneficiados 103.700 trabalhadores, sendo apenas 485 do Rio. Desta vez, serão contemplados no estado 15.857 desempregados, dos quais 14.410 do comércio. Os demais foram dispensados das indústrias metalúrgica e de borracha, fumo e couro.

São Paulo, um dos estados mais atingidos pelo desemprego mas que já está se recuperando, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregos (Caged), terá 41.280 trabalhadores da indústria da alimentação e bebidas beneficiados. Também foram incluídas as indústrias paulistas de produtos eletrônicos e de comunicação (3.580) e de madeira e mobiliário (2.383).

Em Minas, serão 17.798 trabalhadores, a maioria do comércio. No Amazonas, receberão o auxílio extra 2.847 demitidos, sobretudo da Zona Franca de Manaus, outro pólo industrial atingido pela crise.

Segundo um técnico do governo, a segunda fase da ampliação das parcelas do seguro-desemprego custará ao Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT) cerca de R$200 milhões. Na primeira etapa, o impacto foi de R$150 milhões. O FAT tem R$1,5 bilhão disponível para esse tipo de despesa.

Para pagar esses extras, o Ministério do Trabalho faz um levantamento com os setores e estados mais prejudicados pelo desemprego, com base no Caged. A nova listagem contempla todos os estados e 42 subsetores dos ramos do comércio, indústria de transformação, agricultura e construção civil.

Até agora, o maior impacto da crise foi em dezembro, quando foram fechadas 654.900 vagas. Entre novembro e janeiro, foram eliminados 797.515 postos. De fevereiro a abril, o saldo voltou a ficar positivo, em 150.202.