Título: Lula rebate críticas a sua viagem à China
Autor: Oliveira, Eliane; Berlinck, Deborah
Fonte: O Globo, 21/05/2009, Economia, p. 19

Presidente começa sua primeira visita à Turquia disposto a aumentar o comércio

PEQUIM e ISTAMBUL. Momentos antes de embarcar para a Turquia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem as críticas de que o Brasil teria conseguido bem menos do que pedira à China em termos de comércio. Ele destacou os investimentos obtidos, como o empréstimo de US$10 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China (BDC) à Petrobras, a instalação de escritórios de BNDES e Banco do Brasil naquele país, a abertura de uma filial do BDC em São Paulo e a confirmação da instalação da montadora Chery.

Na visita oficial de Lula, encerrada ontem, a China não liberou o aumento imediato da importação de carnes suína e bovina e a concessão de licenças para a compra de aviões da Embraer. Lula disse que os chineses estão ávidos para participar da exploração do pré-sal.

- Não podemos parar de trabalhar para ir construindo os degraus que vão permitir que o Brasil exporte cada vez mais - afirmou o presidente.

Já o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, ao chegar na Turquia, brincou sobre as dificuldades das negociações chinesas, dizendo que "elefante (China) se come em pedaços, porque se comer inteiro dá uma belíssima indigestão".

Sobre os escritórios de BNDES e BB na China, Lula se queixou do fato de os brasileiros costumarem se considerar inferiores frente a outros países:

- Eu não posso fazer a Copa do Mundo, eu não posso abrir agência de bancos em outros lugares. O Brasil precisa parar de pensar que é um país pobre.

Ao chegar a Istambul no fim da tarde de ontem, para sua primeira visita oficial à Turquia, Lula reuniu-se com o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan. O objetivo é expandir as relações bilaterais.