Título: Seguro-desemprego extra beneficiará 216 mil demitidos
Autor: Almeida, Cássia
Fonte: O Globo, 22/05/2009, Economia, p. 19

Grupo atingido pela crise receberá duas parcelas a mais do que prevê a lei.

BRASÍLIA. Mais 216,5 mil trabalhadores demitidos em todo o país por causa da crise financeira internacional vão receber sete parcelas do seguro-desemprego, duas a mais do que o previsto pela legislação. Deste universo, 143.140 perderam o emprego em dezembro e outros 73.360, em janeiro. No Estado do Rio, serão beneficiados 16.238 desempregados, a maioria dispensada do comércio.

Ao anunciar a prorrogação do benefício, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse acreditar que essa será a última etapa do pagamento adicional do seguro porque o emprego formal, desde fevereiro, registra saldos líquidos (contratações menos demissões) positivos. Em março, o governo já havia anunciado o auxílio adicional a 103.707 trabalhadores. Só em dezembro e janeiro, o país perdeu 756,6 mil postos com carteira.

- Teremos resultados positivos permanentes até o fim do ano - afirmou o ministro.

Impacto será de R$389 milhões

O impacto da nova ampliação do benefício nas contas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) neste semestre será de R$389,9 milhões. Para selecionar os ramos de atividade econômica e os estados a serem beneficiados, o Ministério do Trabalho tomou como base os desligamentos apontados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), elaborado a partir de informações prestadas pelas empresas.

Estão sendo contemplados agora todos os setores da economia, com destaque para comércio, construção civil e indústrias de alimentos e bebidas, metalúrgica e mecânica, onde o efeito da crise foi mais forte.

Lupi disse, ao comentar o resultado da pesquisa sobre desemprego divulgada ontem pelo IBGE - que mostrou ligeiro recuo na taxa, para 8,9% em abril, nas principais regiões metropolitanas -, que o resultado confirma os sinais de que o mercado de trabalho está se recuperando:

- O Brasil vai chegar ao fim do ano com uma taxa de desemprego entre 8% e 8,5%.

Lupi contestou as declaração do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que manifestou preocupação com o desemprego no país no segundo semestre, que poderia retroceder ao nível de 2007. Segundo Lupi, esse foi um ano recorde na geração de empregos, com saldo líquido de 1,6 milhão de postos.