Título: Para Cabral, CPI é desnecessária
Autor: Lima, Maria; Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 26/05/2009, O País, p. 3

Aliado do governo Lula, ele diz temer sensacionalismo político.

SÃO PAULO. O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), disse ontem temer que a CPI da Petrobras descambe para o sensacionalismo e a espetacularização política por causa do ambiente pré-eleitoral. Cabral, que participou de debate com empresários paulistas, disse que a CPI ¿é desnecessária¿.

¿ Qualquer desvio numa empresa deve ser averiguado. Mas acho que o Estado oferece instrumentos de investigação sem o espetáculo da CPI. O meu temor é que a CPI se torne algo pré-eleitoral que descambe para o sensacionalismo político.

Temos instrumentos democráticos que poderiam ter sido utilizados antes dessa espetacularização. E instrumentos poderosos, fortes de apuração ¿ disse o governador, que participou do debate do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

Para Cabral, o PMDB será importante na condução dos trabalhos.

¿ O PMDB vai ter um papel chave, importante e sereno. Já que foi feita a CPI, é evidente que tem que se trabalhar seriamente. Acho que o PMDB vai fazer o seu papel seriamente.

Não de blindagem, não. Mas de parceria com os demais membros da CPI, para que as coisas sejam feitas da maneira mais transparente e de maneira responsável. Acho que o PMDB tem essa dupla responsabilidade ¿ disse, lembrando que discordou da criação da CPI.

Defensor da aliança de seu partido com o PT do presidente Lula, Cabral disse que a maioria do PMDB também apoia a candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência.

¿ Como eu disse anteriormente, não tem plano A, nem plano B e nem plano C. Tem plano D, de Dilma. Célula cancerígena é muito ruim, mas pior que isso é oportunismo político.

Depois de afirmar que ¿descarta completamente¿ a possibilidade de ser candidato a vice-presidente na chapa de Dilma, Cabral disse que é candidato à reeleição no Rio.

¿ Descarto completamente. Sou candidato à reeleição ao governo do Estado do Rio. Nossa tarefa lá é uma tarefa árdua, complexa, e só começou mdash; disse ele.

Cabral disse acreditar na união eleitoral dos dois partidos: ¿ Acredito na aliança PT-PMDB em nível nacional, assim como no nosso estado, no primeiro turno.

Em alguns estados, infelizmente não haverá essa aliança por problemas de discordância regional, mas na maioria dos estados haverá.