Título: Economia dos 30 países da OCDE encolhe 2,1%, recorde histórico
Autor:
Fonte: O Globo, 26/05/2009, Economia, p. 16

No 1º trimestre, Japão teve maior recuo: 4%. PIB da Alemanha caiu 3,8%

Do Independent*

LONDRES e BRUXELAS. O crescimento econômico nas principais economias do mundo registrou uma queda recorde no primeiro trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) dos 30 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) caiu 2,1% entre janeiro e março, em relação ao quarto trimestre de 2008.

Foi a maior queda desde que a OCDE começou sua série histórica, em 1960. No trimestre anterior, o PIB do grupo havia recuado 2%.

As principais economias da OCDE registraram crescimento negativo, sendo as maiores quedas a do Japão, de 4%, e a da Alemanha, de 3,8%. O PIB do Reino Unido recuou 1,9%, enquanto o dos Estados Unidos encolheu 1,6%, o da França, 1,2%, e o da Itália, 2,4%.

Com o Canadá, esses países formam o grupo dos sete países mais ricos do mundo, o chamado G-7. Segundo o site da BBC Brasil, os dados do Canadá ¿ e, consequentemente, do G-7 ¿ não foram divulgados por seguir uma metodologia diferente.

A economia francesa foi a única a registrar desaceleração no declínio do PIB. No quarto trimestre de 2008, a queda foi de 1,5%.

Só Coreia do Sul apresenta crescimento, de 0,1% Em relação ao primeiro trimestre de 2008, o PIB da OCDE registrou queda de 4,2%. O maior recuo foi do Japão: 9,1%, seguido da Alemanha, com 6,9%, e da Itália, com 5,9%. A economia britânica teve queda de 4,1%, a dos EUA, 2,6%, e a da França, 3,2%.

Economistas afirmam que as projeções do ministro de Finanças britânico, Alistair Darling, de queda de 3,5% do PIB este ano são demasiado otimistas. No quarto trimestre de 2008, a economia do país caiu 1,6%.

Também fazem parte da OCDE outros países da União Europeia (UE, que registrou queda de 2,5%), além de México ¿ cuja economia recuou 5,9% ¿, Turquia, Islândia, Suíça, Austrália e Nova Zelândia.

Os dados destes também não foram divulgados.

Entre os membros da OCDE cujos dados foram publicados, o único a registrar crescimento foi a Coreia do Sul, com 0,1% frente ao trimestre anterior.

Em Berlim, fazendeiros usam 700 tratores em protesto Foi exatamente a crise econômica que levou fazendeiros da UE ontem a fazerem um protesto, em Alemanha, Bélgica e França, contra a queda nos preços do leite, que já chega a 50%. Eles querem ajuda dos governos. Os ministros de Agricultura da UE começaram a discutir uma maneira de ajudar o campo.

Em Berlim, seis mil fazendeiros levaram 700 tratores para a cidade, provocando vários engarrafamentos. O governo alemão prometeu fornecer diesel mais barato para os fazendeiros.

Na França, mais de 80 fábricas de laticínios foram bloqueadas por fazendeiros.

Em Bruxelas, cerca de mil fazendeiros de vários países levaram estátuas de vacas para a frente da sede da UE.

¿ Queremos um preço justo por nosso leite, que pelo menos cubra os custos de produção e dê alguma margem de lucro ¿ disse o produtor francês Eddie Chinon.

Os países europeus controlaram os preços dos produtos agrícolas por décadas, garantindo um valor mínimo ou comprando o excesso de produção, o que gerou protestos de outras nações.