Título: Sensus: cai diferença entre Serra e Dilma
Autor:
Fonte: O Globo, 02/06/2009, O País, p. 4

Em meio à crise global, avaliação do governo e de Lula voltam a subir

BRASÍLIA. Um dia após o Datafolha indicar cenário semelhante, pesquisa do instituto Sensus, encomendada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), confirmou ontem a redução da vantagem do governador de São Paulo, o tucano José Serra, sobre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na disputa pela sucessão presidencial de 2010: a diferença era de 29,4 pontos percentuais em março e caiu para 16,9 pontos. Mesmo com a queda de 5,3 pontos, o tucano ainda tem quase o dobro das intenções de votos da ministra, que subiu 7,3 pontos. Se a eleição fosse hoje, Serra teria 40,4%, contra 23,5% de Dilma.

Nesse mesmo cenário, a ex-senadora Heloisa Helena (PSOL) ficaria em terceiro, com 10,7% dos votos. A diferença entre Serra e Dilma também caiu numa simulação de segundo turno, na qual o tucano aparece com 49,7% e a petista, com 28,7%.

Em outra simulação, com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), se verifica a tendência de transferência dos votos dele para Dilma. Na comparação com os resultados de pesquisa de setembro do ano passado, as intenções de votos em Ciro caíram de 17,4% para 9%, e as da ministra saltaram de 8,4% para 22,3%.

Dilma ultrapassa o governador Aécio Neves

Além de reduzir a diferença em relação a Serra, Dilma ultrapassou o governador mineiro, Aécio Neves, outra opção do PSDB para a sucessão presidencial: ela subiu de 29,1% em março para 39,4% em maio, enquanto Aécio caiu de 28,3% para 25,9%. Sem a ministra, o desempenho de Aécio seria ainda pior. Ele aparece em último lugar, atrás de Heloisa Helena e Ciro. O mineiro continua sendo o pré-candidato menos conhecido.

Já Serra é conhecido por 52% (e outros 42,9% ouviram falar nele) dos eleitores, sendo que 63,2% admitem a possibilidade de votar nele. O paulista é o que aparece com o menor índice de rejeição, de 25,9%, entre aqueles que o conhecem ou já ouviram falar nele. Entre os 32,8% que dizem conhecer Dilma (e 39,2% que ouviram falar), 54,6% admitem votar nela.

Pela primeira vez, Serra e Dilma empataram em pesquisa de voto espontâneo. O tucano caiu de 8,8% em março para 5,7% em maio, enquanto a ministra subiu de 3,6% para 5,4%. O presidente Lula subiu de 16,2% para 26,2%. O resultado é atribuído à melhoria da avaliação de seu governo e à retomada da discussão sobre o terceiro mandato.

Diante da percepção de metade dos brasileiros (50,4%) de que o Brasil está lidando adequadamente com a crise financeira internacional e de que o país poderá sair fortalecido, os índices de aprovação do governo e de Lula voltaram a subir. A avaliação positiva do governo foi de 62,4% em março para 69,8%, e a aprovação do desempenho de Lula foi de 76,2% para 81,5%.

O Sensus fez a consulta entre os dias 25 e 29 de maio. A margem de erro é de três pontos.