Título: Submarino nuclear da França chega na quarta
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Fonte: O Globo, 08/06/2009, Rio, p. 8

Anúncio foi feito pelo primeiro-ministro do país após uma reunião para tratar das buscas pelas caixas-pretas.

O submarino nuclear de ataque francês Emeraude chegará, na próxima quarta-feira, à região onde caiu o Airbus A-330 da Air France para participar das buscas às duas caixas-pretas da aeronave - uma de dados e outra com as conversas e os ruídos na cabine. O anúncio foi feito ontem pelo primeiro-ministro francês, François Fillon.

O Emeraude é um dos seis submarinos nucleares de ataque da França e não leva mísseis. As providências em relação ao envio do submarino foram divulgadas ontem, após uma reunião de Fillon com os ministros franceses do Desenvolvimento de Assuntos Exteriores, Jean-Louis Borloo e Bernard Kouchner, respectivamente, e com o secretário de Estado de Transportes, Dominique Boussereau, para tratar do desaparecimento do avião.

Logo após a reunião, foi divulgado um comunicado oficial sobre a participação da França nas buscas. "Cinco aeronaves francesas participam das buscas e a fragata Ventôse chegou à zona na manhã de hoje (ontem) levando a bordo um helicóptero", informa o comunicado, que cita ainda que "nove aeronaves e cinco navios brasileiros, além de um avião de patrulha americano, trabalham em coordenação com os meios franceses".

O envio do submarino nuclear de ataque, sem precedentes em tais circunstâncias, havia sido anunciado na sexta-feira pelo ministro da Defesa, Hervé Morin.

- Vamos precisar de muita sorte porque não há uma posição exata da queda do avião, mas vale a pena procurá-la", disse, na última sexta-feira, o capitão Christophe Prazuck, porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas da França.

O governo do país trata como muito difícil o desafio de localizar as caixas-pretas do Airbus, consideradas fundamentais para o esclarecimento das causas do acidente. Esses equipamentos emitem sinais por 30 dias num raio de um quilômetro, o que faz das buscas uma luta contra o tempo.

Na primeira entrevista coletiva sobre o caso, concedida anteontem, Paul-Louis Arslanian, presidente do Departamento de Investigação e Análise da França (BEA, na sigla em francês do órgão), declarou que encontrar as caixas-pretas é essencial para "montar o quebra-cabeça" sobre a causa do acidente com o avião. No entanto, demonstrou seu pessimismo:

- Procurá-la é como estar no cume de uma montanha tentando avistar um objeto a dois mil metros de altura.